Ricardo Teixeira faz pouco caso de acusações: 'Caguei'
Presidente da CBF utiliza vocabulário de baixo calão, recorre a expressões vulgares e mostra pouco apreço à opinião pública.
LANCEPRESS!
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa 2014, Ricardo Teixeira, deu uma demonstração de como lida com assuntos que o incomodam: recorre a expressões vulgares e até de baixo calão para desqualificá-los. Ao se referir às denúncias de que é alvo, o dirigente chegou a dizer que "caga de montão" e não liga para elas.
As declarações de Teixeira foram feitas em uma entrevista na edição deste mês da revista Piauí. E debochou da forma como o brasileiro lida com o sucesso alheio.
Os bastidores da Copa 2014 chegam primeiro até você!
- O neguinho do Harlem (bairro de Manhattan, em Nova York, EUA) olha para o carrão do branco e fala: quero um igual. O negro não quer que o branco se foda e perca o cargo. Mas no Brasil não é assim. É essa coisa de quinta categoria - disparou Teixeira à publicação.
Apesar de refutar as acusações, Teixeira não apresentou provas que validassem suas palavras e não deixassem a impressão de que são bravatas. Sobre os pedidos de indiciamentos feitos pela CPI da CBF/Nike, em 2001, limitou-se a dizer que os casos foram arquivados a pedido do Ministério Público.
Teixeira só não revelou o fato de, em alguns casos, as denúncias terem sido arquivadas após manobras jurídicas. Ao término da CPI, o dirigente foi alvo de 13 pedidos de indiciamento relativos a supostos crimes de evasão de divisas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. As palavras do presidente da CBF revoltaram os parlamentares no Congresso Nacional. Presidente da CPI do Futebol, em 2001, o senador Álvaro Dias (PSDB/PR), não escondeu o seu descontentamento.
- Teixeira usou linguajar de mau gosto e demonstrou sua crença na impunidade. Há ações penais da CPI do Futebol que não foram julgadas. Isso oferece essa segurança irresponsável ao réu. Ele admite até fazer chacota dos processos e dos magistrados. Brinca com os seus julgadores - frisou Dias.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB/RR), foi sucinto:
- Não li (a entrevista). Mas já podemos considerar que foram declarações extremamente infelizes.
Filha de Teixeira causa saia justa.
Somente em um momento da entrevista à revista Piauí, o presidente da CBF e do COL se viu em maus lençois. Talvez, por sua inocência, a filha Antônia, de 11 anos, mostrou que as declarações do dirigente confundem até mesmo a sua família.
Durante um almoço, Teixeira contou que sempre apoiou a reeleição do presidente da Fifa Joseph Blatter para mais um mandato, contra o então candidato catariano Mohammed Bin Hammam. A declaração provocou surpresa em sua filha.
- Ué, mas você não quer o Bin Hammam? - indagou Antônia.
De acordo com a revista, a reação de Teixeira foi a de fazer um movimento brusco com o braço direito em baixo da mesa, que foi revidado com uma exclamação de sua filha:
- Ai, pai! Não me belisca!
Após a cena, fez-se silêncio.
Aécio: 'Trabalho é o trunfo de MG'.
Na matéria sobre Ricardo Teixeira publicada pela revista Piauí, o presidente de honra da Fifa, João Havelange, para descrever a maneira de agir do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, evocou a amizade do dirigente com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para demonstrar como as questões são resolvidas pelo seu ex-genro.
- O Ricardo é o quê? Mineiro, não é? O Aécio é amigo dele, não é? Onde você acha que vai ser a abertura da Copa? Em BH.
Os mineiros reagiram às declarações do presidente de honra da Fifa com destaque para o trabalho realizado. O senador Aécio Neves disse que se seu estado estará apto, por causa de todas as obras feitas.
- Não tenho qualquer informação nesse sentido (de que a abertura será em Minas Gerais). Quem vai decidir é a Fifa. Minas luta há seis anos por essa abertura e fez várias obras para isso - afirmou Aécio.
Além dos mineiros, Brasília, Salvador e São Paulo disputam a honraria de abrir a Copa. Vice-governador de Minas e presidente do Comitê Gestor das Copas, Alberto Pinto Coelho, destacou que o trabalho realizado pelo estado tem sido elogiado e reconhecido por diversas autoridades.
COL recebe deputados.
A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara Federal se encontrar á hoje com o Comitê Organizador da Copa do Mundo 2014 (COL) para, entre outros assuntos, saber como andam as obras para a realização do Mundial.
Os integrantes da Comissão querem esclarecimentos não só sobre as obras, como também sobre as exigências da Fifa para os estádios e, sobretudo, as denúncias de que a entidade fez sugestões às cidades-sede para que contratassem serviços de parceiros.
Segundo a Fifa, a sugestão de uso de seus parceiros é um procedimento padrão da entidade, o que, no entanto, fere a Lei de Licitações. Caso as cidades-sede não aceitem as "sugestões", terão de desembolsar uma quantia maior para que o produto ou serviço contratado se adeque aos padrões exigidos pela Fifa.
O encontro acontece após Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do COL, ter recusado um convite do deputado federal Romário (PSB-RJ), membro da Comissão, para prestar esclarecimentos na Câmara sobre os referidos assuntos.
NOTA DA REDAÇÃO.
"Então, esse UOL só dá traço. Quem lê o LANCE!? 80 mil pessoas? Traço. Quem vê essa ESPN? Traço... só vou ficar preocupado quando sair no Jornal Nacional"
Este número torna-se ainda mais expressivo quando se leva a audiência do site LANCENET!, um dos maiores portais esportivos do país. O Instituto Verificador de Circulação (IVC, órgão que controla oficialmente a tiragem dos veículos de informação) auditou que no mês de maio o LANCENET! recebeu mais de 30 milhões de visitas (exatos 1.008.398 usuários/dia) e sete milhões de usuários únicos. E o L!Mobile teve 6,5 milhões de páginas vistas.
Diferentemente de Ricardo Teixeira, eleito e reeleito por pouco mais de 20 correligionários, o LANCE! disputa uma eleição diária e tem milhões de leitores por dia.
A declaração de Ricardo Teixeira na entrevista à Piauí em relação aos números de leitores que o LANCE! atinge não corresponde à verdade. De acordo com os números da Marplan - uma das mais conceituadas empresas de estudos de mídia da América Latina - o L! tem 1.311.000 leitores apenas nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
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