Por Carlos Chagas.
Será que 40 deputados e 5 senadores valem a permanência no cargo de um ministro cujos principais auxiliares foram flagrados super-faturando obras públicas e recebendo propina de empreiteiras? Além disso, quem garante que as bancadas do PR marchariam unidas para a oposição, pelo fato de perderem um ministro, Alfredo Nascimento, e de verem seu comandante maior, o deputado Waldemar da Costa Neto, acusado de chefe da quadrilha?
Não dá para entender a solidariedade da presidente Dilma Rouseff, dizendo que confia no ministro dos Transportes para apurar a lambança da qual nem ela duvida, pois foi por sua iniciativa que quatro quadrilheiros viram-se afastados de suas funções. Porque de duas, uma: ou Nascimento sabia de tudo ou não sabia de nada. No primeiro caso, tinha de ser demitido por razões óbvias. No segundo, por ser um bundão.
As coisas mais se complicam quando se atribui a auxiliares da presidente o comentário de que o ministro não será poupado se surgirem novas acusações. Ora bolas, não bastaram as denúncias que ganharam a mídia, envolvendo mais de 300 milhões de reais de aditivos de contratos anteriores, desviados para as empreiteiras e para o bolso dos bandidos? É aquela historia do bravo cidadão que leva uma bofetada e diz ao agressor: “se der outra eu vou reagir!”
A situação pior não fica, a menos que o Tiririca, campeão de votos do PR, decida largar o partido. Ou o suplente de senador, João Pedro, entregar a suplência de Alfredo Nascimento, mesmo sendo amigo do peito do ex-presidente Lula.
Em suma, nessa novela ainda inconclusa, falta o capítulo da entrada em cena da polícia.
DISPUTA ANTECIPADA.
Os mandatos de José Sarney, na presidência do Senado, e de Marco Maia, na Câmara, terminarão apenas em fevereiro de 2013, mas os postulantes aos dois cargos já se movimentam, impulsionados pelo provérbio árabe de que bebe água limpa quem chega primeiro na fonte. De início será preciso resolver a equação partidária: o PMDB continuará com o Senado, e o PT com a Câmara? Nesse caso, Renan Calheiros posiciona-se para suceder a Sarney, e Cândido Vacareza, a Maia.
Os mandatos de José Sarney, na presidência do Senado, e de Marco Maia, na Câmara, terminarão apenas em fevereiro de 2013, mas os postulantes aos dois cargos já se movimentam, impulsionados pelo provérbio árabe de que bebe água limpa quem chega primeiro na fonte. De início será preciso resolver a equação partidária: o PMDB continuará com o Senado, e o PT com a Câmara? Nesse caso, Renan Calheiros posiciona-se para suceder a Sarney, e Cândido Vacareza, a Maia.
Acertando-se a inversão, embola o meio campo. Quem o PT indicaria para o Senado? E o PMDB, para a Câmara? Os pretendentes podem variar quase ao infinito, sem a certeza de que estes apoiarão aqueles, e vice-versa. Seria hora de as oposições tentarem rachar a muralha erigida pelos dois maiores partidos nacionais.
Houve tempo em que essas duas presidências eram decididas no palácio do Planalto. Os generais-presidentes escolhiam seus mais fiéis representantes. De lá passamos para o período Severino Cavalcanti, quando os grotões rebelaram-se contra as cúpulas. No próximo ano e meio o Congresso tentará evitar esses dois extremos.
COM ESFORÇO, DÁ PARA JULGÁ-LOS.
O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, como relator dos processos contra os 39 mensaleiros, desenvolve o maior de seus esforços para vê-los julgados ainda este ano. Possível é, ainda que não provável. A impressão que se tem, do lado de fora da mais alta corte nacional de justiça, é de que cada caso será um caso. Não haverá, por parte dos 11 ministros, a tendência à uniformização, ou seja, ou todos serão condenados ou todos absolvidos. Tem réus mais implicados do que outros, como Delúbio Soares, Marcos Valério e alguns mais empenhados na execução da maracutaia. Há os que se beneficiaram muito e os que se beneficiaram menos. Como também existem os cérebros de toda a operação. O importante seria que as sentenças viessem antes de dezembro. Garantir, porém, não há quem garanta.
O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, como relator dos processos contra os 39 mensaleiros, desenvolve o maior de seus esforços para vê-los julgados ainda este ano. Possível é, ainda que não provável. A impressão que se tem, do lado de fora da mais alta corte nacional de justiça, é de que cada caso será um caso. Não haverá, por parte dos 11 ministros, a tendência à uniformização, ou seja, ou todos serão condenados ou todos absolvidos. Tem réus mais implicados do que outros, como Delúbio Soares, Marcos Valério e alguns mais empenhados na execução da maracutaia. Há os que se beneficiaram muito e os que se beneficiaram menos. Como também existem os cérebros de toda a operação. O importante seria que as sentenças viessem antes de dezembro. Garantir, porém, não há quem garanta.
QUEM SERÁ O CHEFE?
No final da Segunda Guerra Mundial, reconhecido como o grande herói da Inglaterra, arrogante chio de empáfia, o marechal Bernardo Montgomery foi indagado pelos jornalistas a respeito do segredo de seu sucesso. Inflando o peito, ele respondeu: “é porque eu não bebo, não fumo e não jogo”.
No final da Segunda Guerra Mundial, reconhecido como o grande herói da Inglaterra, arrogante chio de empáfia, o marechal Bernardo Montgomery foi indagado pelos jornalistas a respeito do segredo de seu sucesso. Inflando o peito, ele respondeu: “é porque eu não bebo, não fumo e não jogo”.
Enciumado, pouco antes de perder eleições, o primeiro-ministro Winston Churchill convocou os repórteres e disse: “podem escrever que eu bebo, fumo e jogo, e sou o chefe dele...”
Porque se conta essa historinha? Para que, guardadas as proporções, se investigue quem, no PSDB, é o marechal vitorioso e quem é o chefe dele. Nessa definição poderá estar o sucesso ou o malogro dos tucanos na próxima sucessão presidencial. Fernando Henrique está mais para Montgomery e José Serra, para Churchill? Mas onde classificar Aécio Neves e Geraldo Alckmin?
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