sábado, 9 de julho de 2011

Departamento de Justiça americano investiga turismo sexual infantil na Amazônia, diz 'NYT'.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu investigação criminal sobre expedições de pesca esportiva na Amazônia, que podem ter sido usadas como "fachada" para americanos manter relações sexuais com meninas menores de idade, diz reportagem do diário americano "New York Times" publicada na edição impressa deste sábado. O jornal teve acesso a documentos judiciais que tratam do caso.
A reportagem destaca que a investigação e dois processos relacionados - uma investigação criminal paralela no Brasil e uma ação em corte federal na Geórgia - podem fornecer um raro olhar sobre os negócios da bilionária indústria de turismo sexual internacional, que tem cada vez mais focado o Brasil, na opinião da ONG Equality Now.
"O Brasil está tomando o lugar da Tailândia como local preponderante de turismo sexual nas férias", disse ao "New York Times" Kristen Berg, da Equality Now, uma ONG de Nova York que ajudou a trazer a ação para a Geórgia.
A ação judicial foi protocolada no mês passado em nome de quatro mulheres brasileiras que afirmam que foram coagidas como adolescentes a se prostituir para americanos em expedições de pesca operadas por um empresário de Atlanta. Uma das mulheres disse que tinha 12 anos na época.
Kristen, da Equality Now, disse que o processo foi o primeiro caso em que uma lei federal de 2000, de proteção a vítimas de tráfico e violência sexual, foi usada para pedir indenização contra alguém acusado de turismo sexual.
Na quinta-feira, o acusado no processo, Richard Schair, apresentou recurso pedindo que o processo fosse suspenso.
Em uma breve entrevista por telefone, Schair, que opera uma empresa em Atlanta de negócios imobiliários, disse que as acusações de turismo sexual eram falsas. Ele se recusou a discutir detalhes das investigações.
"As alegações são falsas", disse ele ao "New York Times". "Os fatos vão provar isso".
De acordo com os documentos judiciais apresentados por Schair, procuradores federais em Miami enviaram uma intimação para sua empresa em 2009 pedindo, entre outras coisas, a listas de clientes. Outro documento mostra que a Procuradoria notificou sua ex-mulher em dezembro para informar que investigadores tinham obtido informações indicando que ela estava "envolvida com uma empresa e/ou uma pessoa que pode ter envolvimento com turismo sexual infantil no Brasil."
Questionado sobre os documentos, porta-voz do Departamento de Justiça em Miami, onde o inquérito é conduzido, se recusou a confirmar ou negar a existência de uma investigação.
Traduções de documentos brasileiros, anexados por Schair ao pedido de suspensão, mostram que ele é acusado em processo brasileiro de exploração sexual de menores.
De acordo com o processo, Schair ou seus empregados recrutavam meninas em um clube para se juntar a eles em barco de pesca, onde as adolescentes foram coagidas a manter relações sexuais e pagas por isso.

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