Está na hora dessa gente bronzeada cair na real.
Por Marcelo Bechler
Desde 2009, quando derrotou a Inglaterra (com apenas quatro titulares de 2010), o Brasil não vence uma seleção top 10 no ranking da FIFA. Desde então, perdeu para a Holanda uma vez e empatou outra. Perdeu para França, Argentina e Alemanha. A dificuldade de vencer os melhores expõe que não somos os donos do mundo.
Para se fazer o trabalho de renovação é preciso começar deste ponto. Não somos mais os melhores e a partir daí podemos aceitar que perder da Alemanha, sendo dominados durante 90 minutos, não é absurdo. Aceitar e não se preocupar são coisas diferentes. É preciso trabalhar, ter um norte. A ideia era amadurecer Neymar e Ganso, principais expoentes de talento no Brasil, para estarem maduros o bastante em 2014.
Contra a Alemanha, Mano Menezes optou por Fernandinho na vaga de Ganso. Fortaleceu o meio; perdeu posse de bola. Tentou evitar o jogo rápido dos alemães e abriu mão da convicção que tinha enquanto Paulo Henrique estava machucado: a presença dele era indispensável. Escolher fortalecer o meio-campo com Fernandinho é pensar em ocupar espaços e não perder o jogo. É pensar no emprego. Mano errou em Stuttgart.
Não se vê evolução no futebol, mas não se vê também a renovação falada. A Alemanha entrou em campo com média de idade de 23,5 anos – e Joaquim Low já havia deixado o time mais jovem desde o fim da Eurocopa de 2008. O Brasil de Dunga tinha média de idade de 29 anos na Copa da África. O time desta quarta-feira, três anos antes do Mundial, tinha média de 26.
Não estamos jogando bem, nem nos renovando tanto assim. De quebra, não somos mais os melhores. Está na hora dessa gente bronzeada cair na real.
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