Quando os políticos falam como juízes a democracia se eclipsa; quando os juízes falam pelos políticos, ela se desmoraliza. Nos dois casos o Judiciário deixa de ser o que promete. A crueza desse mal-estar tem predominado no discernimento da sociedade brasileira após as turbulentas magistraturas de Gilmar Mendes e Cezar Peluso no STF. Do primeiro, basta a deprimente lembrança do duplo, instantâneo e subserviente habeas-corpus concedido ao banqueiro Daniel Dantas. Do segundo, remeta-se ao destampatório excretado em entrevista que selou o inexcedível testamento de pequenez e despreparo na despedida de sua presidência. O saldo herdado pelo ministro Ayres Brito, o novo presidente do Supremo, não poderia ser mais delicado. Cabe-lhe, em primeiro lugar, desautorizar a captura do STF por interesses e agendas que desfrutavam ali do abrigo para exercer uma hegemonia que a urna e a história lhes tem negado. A pressão midiática para o STF apressar o julgamento do chamado mensalão condensa esse estado de coisa. O calendário da pressa denuncia a sofreguidão política e eleitoral para fazer desse evento um aliado oposicionista no pleito municipal de outubro deste ano. (LEIA MAIS AQUI) (Carta Maior; Domingo 22/04/2.012)
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