No dia 30 de abril de 1975 as tropas do Vietnã do Norte (comunista) entravam em Saigon, antiga capital do Vietnã do Sul (capitalista), encerrando mais de 30 anos de guerra regular ininterrupta contra japoneses, franceses e norte-americanos.
Vietnã celebra 35 anos da vitória contra os EUA.
Ainda amanhecia quando milhares de vietnamitas, organizados em colunas, começaram a se aproximar do Parque 30 de Abril, diante do antigo palácio presidencial, na cidade de Ho Chi Minh.
Sindicatos, universidades, fábricas e organizações camponesas enviaram suas delegações, além das forças armadas. Respondiam à convocação para a manifestação que celebraria o triunfo do Vietnã socialista contra o governo de Saigon (velho nome da cidade) e seus aliados norte-americanos.
Não foi um comício de tipo ocidental. O horário já era extravagante. Todos estavam avisados que as atividades começariam pontualmente às 6h30 e estariam encerradas três horas depois, antes que o calor alucinante de Ho Chi Minh vencesse o dia. Quem ocupava as arquibancadas armadas no caminho central do parque eram as autoridades e os convidados. Os cidadãos, com seus agrupamentos, foram os responsáveis pelo espetáculo.
Poucos discursos, apenas quatro – e religiosamente cronometrados. O primeiro secretário do Partido Comunista do município falou por 20 minutos. Depois vieram o presidente da Associação dos Veteranos de Guerra, o secretário-geral da federação sindical local e o presidente da Juventude Comunista de Ho Chi Minh – cada qual com direito a 10 minutos de discurso. O presidente da República, Nguyễn Minh Triết, 68, um sulista que teve participação discreta na guerra e está no cargo desde 2006, apenas assistiu, junto com outros dirigentes.
Aproximadamente 50 mil pessoas desfilaram diante das tribunas. Grupos teatrais representaram momentos da guerra de 21 anos contra os norte-americanos e o então Vietnã do Sul. Muita música, até com um pouco de ritmo pop, além dos acordes previsíveis da Internacional (o histórico hino socialista) e de canções revolucionárias. Depois, uma longa marcha, com militares, trabalhadores, mulheres, intelectuais, estudantes, camponesesm com suas faixas e bandeiras, além de modestas coreografias.
Mas a maior emoção estava no rosto dos veteranos de guerra. Um deles era o coronel Nguyễn Van Bach, de 74 anos, cabelos inteiramente brancos. Nascido na província de Bình Dương, no sul do país, integrou-se à luta armada em 1947, aos 11 anos. Ainda era a época da guerra contra os franceses, que não aceitavam a independência conquistada em 1945, sob a liderança do líder comunista Ho Chi Minh.
Vietnã é um exemplo de orgulho e respeito. A Guerra do Vietnã, uma das páginas mais lindas, mais belas da história da humanidade!
Não pela brutalidade dos colonizadores franceses, tampouco pela não menos brutal sanha imperialista de japoneses e norte-americanos.
Mas sim pela coragem, tenacidade e valentia de um povo sofrido e humilhado durante 180 anos por seus algozes. A Guerra do Vietnã mostrou ao mundo inteiro que jamais se pode derrotar um povo imbuído de firmes propósitos de auto-determinação, de independência econômica, política e militar.
O combate fora uma clássica guerra de libertação nacional, anti-colonial e anti-imperialista. Ho Chi Min permanece ativo e motivo de orgulho para todos os vietnamitas por seu exemplo e por sua inflexibilidade heróica na busca da libertação de seu povo, que o mantém e o manterá eternamente em seus corações e mentes. Outro dia vi um documentário sobre Saigon nos dias de hoje, achei bem interessante, uma cidade cheia de vida com um povo sorridente e, aparentemente, muito bem alimentado.
Viva o povo do Vietnã!!!!
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