Exposição em programas de TV e horário eleitoral explicam disparada de Dilma.
MAURO PAULINO - Diretor Geral - Data-Folha.
ALESSANDRO JANONI - Diretor de Pesquisas do Data-Folha.
Em um mês, o cenário da disputa pela Presidência da República sofreu alterações importantes. Estável desde maio, com o empate entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), o quadro passou a apontar nova tendência há uma semana.
A ex-ministra de Lula disparou na liderança e passou a figurar como grande favorita, com possibilidade de vitória já no primeiro turno.
Como já demonstrado pelo Datafolha, o papel de Lula foi essencial para a evolução de sua pupila, mas é impossível negar a força de mais uma protagonista nesse roteiro.
A TV prova mais uma vez seu poder de alcance e penetração nos mais diversos estratos da população brasileira, inclusive naqueles onde o acesso à informação é raro.
Oficializadas as candidaturas, a cobertura das eleições na mídia, especialmente na TV, se intensificou.
A agenda dos candidatos, entrevistas em programas de grande audiência e o início do horário eleitoral atingiu segmentos que até então encontravam-se distantes do processo eleitoral.
Para ilustrar o peso da TV na composição do voto do brasileiro, pesquisa Datafolha feita há um mês
mostrou que 88% dos eleitores costumam utilizá-la para se informar sobre os candidatos.
A segunda mídia mais acessada para este fim são os jornais, só que com uma participação bem menor 54%.
Ainda na mesma pesquisa, se tivessem que escolher apenas um meio para acompanhar a eleição, 61% dos brasileiros optariam pela TV.
Mais interessante do que observar esse resultado no total da amostra é verificá-lo nos subconjuntos nos quais Dilma mais cresceu. Entre os habitantes do Nordeste de baixa renda, por exemplo, os que se informam exclusivamente pela TV são 71%.
A taxa de indecisos na região caiu cinco pontos, igualando-se à média nacional.
A petista, na avaliação dos entrevistados, foi a candidata de melhor desempenho no horário eleitoral até aqui. Entre os que já assistiram ao programa, a vantagem da ex-ministra sobre o tucano é de 24 pontos percentuais. Entre os que ainda não o fizeram, ela cai para 13 pontos.
O registro histórico do momento exato em que variáveis relevantes como a cobertura da TV e o horário eleitoral passam a agir sobre a composição do voto é essencial para a compreensão do contexto em que as mudanças ocorreram. A pesquisa do Datafolha divulgada hoje representa mais um fotograma do filme desta eleição, tendo a TV como principal difusor.
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