quinta-feira, 19 de agosto de 2010

MANO: DUNGA NÃO SE PREPAROU PARA SER TÉCNICO.
As pazes estão definitivamente seladas entre o comando técnico da seleção brasileira e a TV Globo, a se considerar a festa realizada ontem por Galvão Bueno, a cara e a voz da emissora no futebol, anteontem, em SP.
Mano Menezes, técnico da seleção, ficou no evento, no clube Dorothy Parker, por quase três horas. Entre um gole e outro do espumante "Bueno Cuveé Prestige", da linha de vinhos que estava sendo lançada por Galvão, ele foi o centro das atenções. "Eu sempre tive um relacionamento bom com a imprensa. Sempre soube que os jornalistas são um meio para eu dizer o que eu quero para o lado de lá (torcedores)", dizia ele a Adilson Miguel, diretor da AmBev para a CBF a cervejaria patrocina a seleção. "Mas, depois que eu fiz contrato com a Nike, melhorou. A empresa me ofereceu um "media training" (treinamento para falar com jornalistas). Me treinaram para não ficar nervoso, não ser grosso. Porque, se eu sou mal-educado com o repórter, é com o torcedor que estou sendo grosso."
A Nike ensinou "várias coisas, detalhes mesmo" a Mano. "Por exemplo, a não olhar pra cima quando tenho alguma dúvida antes de responder. Fica feio (na foto ou na TV)", dizia o técnico. "Eu nunca fico nervoso. A única coisa que me irrita é sacanagem. E tem muita no futebol. Tem muito repórter que não tem informação e chuta. Ou insinua. Isso me irrita."
Adilson, da AmBev, interrompe: "Logo no primeiro jogo do Dunga como técnico, na Noruega (em 2006), ele deu uma patada num rapaz. Eu falei: "Dunga, você devia fazer um media training". Ele dizia: "Adilson, estão armando". Ele se achava sempre vítima de uma conspiração. Mano concorda: "Os treinadores da velha guarda viam conspiração em tudo. E os jogadores deles viraram técnicos (caso de Dunga). O problema é que o Dunga não se preparou para ser técnico".
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, recomendava ao diretor da cervejaria que fechasse logo um patrocínio direto a Mano, como foi feito com Dunga. "Deixa ele começar a ganhar primeiro!", brincava Adilson. "Vai por mim: depois fica caro", reforçava o corintiano. O executivo da AmBev pegou os cartões da mulher de Mano, Maria Inês, e de Camilla, filha do treinador, que trabalham com ele. "Eu já tive um bar. E o meu sócio falava: "O segredo de qualquer negócio é a despesa. Como e o quanto se gasta'", dizia Mano.
Vanderlei Luxemburgo, que treinou a seleção entre 1998 e 2000, cochicha com o técnico: "Você ainda está com bastante cabelo. Eu fiz dois implantes depois que saí daquilo lá (seleção)".
Ronaldo chega com a mulher, Bia Antony. Jô Soares faz festa para o craque. E aconselha: "De gordo para gordo, Ronaldo: se interna num spa. Senão você não consegue  (emagrecer). É um inferno. Quem te fala é uma pessoa que já pesou 160 kg e que hoje pesa uns 90 kg" .
"E você não está gordo. Está engordado", diz ainda Jô. Dirigindo-se a Sanchez, o presidente do Corinthians, o apresentador declara a sua fé inquebrável em Ronaldo: "Esse tem tudo para voltar a jogar e estraçalhar. Eu adoro esses invencíveis".

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