quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Um correspondente analisa os programas eleitorais no Brasil.
Brazil’s election: who’s your choice?
by Jonathan Wheatley
Em blog do Financial Times
Se a primeira rodada de propaganda na televisão serve de guia, Dilma Rousseff vai dar um passeio para se tornar presidente do Brasil em 3 de outubro.
Aqui estão os dois primeiros programas de Dilma, transmitidos na hora do almoço e na noite de terça-feira.
O principal concorrente dela é José Serra. O programa noturno dele está aqui. O programa dele da hora do almoço está no site da campanha mas não toca, assim estou incluindo o link de uma versão que aparentemente apoiadores dele gravaram assistindo TV.
A diferença entre as campanhas é, como se diz em português, gritante.
O profissionalismo e a qualidade da produção do programa de Dilma fala por si. Os do Serra parecem quase amadores em comparação. Isso é a primeira coisa que os eleitores vão notar e seria difícil subestimar a importância disso.
A mensagem de Dilma, igualmente, a coloca bem adiante. O primeiro programa é um delicado affair que apresenta Dilma, a pessoa, para milhões de eleitores que sabem muito pouco sobre ela. (Destaca o ex-marido e a filha, embora evite menção ao recente linfoma que ela enfrentou).
O segundo é mais dinâmico e é apresentado como uma dupla ação entre Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva, atual presidente e o homem que a escolheu para ser ministra-chefe e sucessora. Depois de quase oito anos no poder Lula está no ápice de sua popularidade. Não poderia haver apoio mais poderoso.
Serra escorrega por todo canto. Seu primeiro comentário é admitir que o Brasil foi bem sob Lula. A maior parte do resto do tempo é dedicado às suas conquistas como ministro da Saúde. Você pensaria que ele está concorrendo ao ministério da Saúde.
O Brasil vai bem hoje principalmente por causa das reformas patrocinadas por Fernando Henrique Cardoso, o predecessor de Lula, sob o qual Serra serviu como ministro do Planejamento e da Saúde. As reformas estão inacabadas e, entre Serra e Dilma, o único que pode retomá-las é Serra. Você não teria nem uma pista disso a partir da campanha.

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