terça-feira, 31 de agosto de 2010

O EMBATE FUTURO ENTRE LULA, AÉCIO E GERALDO

Por Carlos Chagas
Surpreendente ou não, dá o que pensar o crescimento de Antônio Anastásia em Minas, já ultrapassando Hélio Costa. Trata-se do fenômeno da transferência de votos, no caso, de Aécio Neves para o candidato que foi seu vice-governador até pouco. Sem tirar nem pôr, a mesma coisa verificada entre o presidente Lula e Dilma Roussef, na sucessão federal. Antes, parecia verdade absoluta que votos não se transferiam. Agora, acontece o contrário, de onde se tira a cristalina evidência de que para transferir é preciso ter. Lula e Aécio tem aos montes. Em São Paulo a situação é outra: Geraldo Alckmin lidera com vantagem a corrida para o palácio dos Bandeirantes, mas não terá recebido muitos votos de José Serra, pela simples razão de que já possuía o seus. Como governador, em dois mandatos, e candidato à presidência da República em, 2006, mesmo derrotado, tornou-se estrela com luz própria, amplamente conhecido. A conclusão é de que tanto Dilma quanto Anastásia são tutelados, criaturas girando em órbita dos criadores. Se mantidas as previsões e as pesquisas, a nova presidente da República e o novo governador mineiro administrarão pela metade o país e o estado. Sobre ambos irá pairar a sombra do Lula e do Aécio. Na hora de governar. Com Alckmin, será diferente: nenhuma influência de José Serra.
Eis aí, se mantidos os caprichosos números das consultas populares, os três atores principais da peça ainda não escrita a respeito da sucessão de 2014. Lula, Aécio e Geraldo sairão na frente, numa hoje longínqua projeção futura. Os dois tucanos travarão, antes, florentino duelo para saber qual deles disputará o poder maior: um, assentado no comando do estado mais poderoso da federação; o outro, compensando o desequilíbrio econômico entre São Paulo e Minas através de suposta ação dinâmica no Senado.
É claro que uma vez instalada no palácio do Planalto, Dilma Rousseff sempre poderá reivindicar a reeleição, não faltando quem desde já a estimule a ocupar os espaços naturalmente pertencentes ao Lula. Prevalece aquele ditado árabe de que “bebe água limpa quem chega primeiro na fonte”..

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