terça-feira, 31 de agosto de 2010

PRINCESA DO POVO

Na madrugada do último dia de agosto de 1997 uma tragédia emocionou o mundo. Lady Diana Spencer, a Princesa de Gales, morria em um acidente automobilístico em Paris, enquanto fugia desesperadamente de paparazzi sedentos por ângulos escusos e inéditos do ícone global de beleza e elegância. O corpo da princesa loura, simpática e sorridente foi levado para a Grã-Bretanha poucas horas após sua morte, acompanhado de um abalado Príncipe Charles.
As pessoas em todo o mundo a amavam”, declarou o primeiro-ministro Tony Blair com voz trêmula. A comoção popular deixou o túnel no qual aconteceu o acidente, repleto de flores de todos os tipos. Nos jardins do Palácio de Kensington, onde a princesa morava desde que se divorciou do herdeiro do trono britânico, a quantidade de flores era tão grande que precisou ser carregada em caminhões.
A morte ao lado do namorado egípicio Dodi Al-Fayed interrompeu uma sucessão de dramas e equívocos expostos cruelmente pela imprensa sensacionalista britânica que fez dela seu personagem favorito: mulher fascinante desabrochando após um infeliz casamento, “rainha dos corações” dos súditos britânicos e ao mesmo tempo vítima dos implacáveis rituais do imaginário coletivo. Elevada pela mídia à condição de mito vivo, acossada pela mesma mídia até a morte.

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