Tem gente fazendo tempestade em copo d’água a partir da notícia de que o presidente Lula pretende formar uma frente de partidos de esquerda para neutralizar a influência do PMDB no governo Dilma Rousseff. Integrariam essa frente o PT, o PSB, o PDT, o PC do B, o PRB e penduricalhos.
Por conta dessa suposta ameaça movimenta-se o deputado Michel Temer, vice de Dilma, interessado em desmentir a versão de que o PMDB dividirá o poder com a nova presidente, exigindo ministérios aos montes para garantir maioria no Congresso. Embora o próprio presidente do partido tenha convidado seus integrantes a “dividir o pão”, interessa-lhe evitar reações e confusões, pelo menos até a eleição.
Parece estar faltando experiência aos peemedebistas. Bastaria que lembrassem a malícia de Tancredo Neves para encerrarem esse novo capítulo no relacionamento com o governo. Porque, governador de Minas, a velha raposa ouviu de seu principal auxiliar, Ronaldo Costa Couto, que parte da bancada na Câmara pretendia separar-se, votando a criação do Estado do Triângulo. Sua resposta foi simples: “se eles criarem, nós aderimos, pedindo para entrar no novo estado.”
Vale a mesma coisa. Caso o presidente Lula insista em formar um novo bloco de esquerda, bastaria o PMDB pedir para entrar. Assim como o resto de Minas engoliria o Estado do Triângulo, o PMDB, sem ser de esquerda, dominaria o bloco...
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