terça-feira, 26 de outubro de 2010

JORNALISMO COM INTELIGÊNCIA


Por Marco Aurélio de Mello, do Blog do DoLaDoDeLá.
Esse blogueiro que vos escreve tem 42 anos de vida e posso afirmar sem hesitar que jamais tinha visto na vida, pelo menos até a noite de ontem, um jornal de televisão que praticasse o contraditório, sem blindagens de grupos políticos nem tentativas de desconstrução de adversários, se baseando exclusivamente nos fatos e não em versões que interessem a pauta do ativismo político dos donos da empresa.
A edição do Jornal da Record foi o que mais se aproximou disso. Não poderia afirmar que o jornal é totalmente imparcial, pois abordou os fatos de forma dura em relação aos tucanos, até porque jornalismo totalmente imparcial ainda vai demorar a aparecer, mas o que a Jornal da Record ofereceu ontem aos seus telespectadores foi a possibilidade de entrar em contato com o contraditório, rompendo, na minha opinião de forma definitiva, um sistema de pauta única dos jornais de televisão comandado pela Globo, onde se um dos jornais resolvesse tratar de temas que atingissem seus aliados, era posto na geladeira pelos demais órgãos de imprensa, blindando determinados políticos e partidos.
Eu não posso esquecer que a Record vem melhorando o nível de seus telejornais há um tempo e fazendo um jornalismo cada vez mais independente, principalmente nas reportagens investigativas de Rodrigo Vianna, que merecidamente vem ocupando mais espaço no jornal, mas na última edição do Jornal da Record o jornalismo da emissora se superou a ponto de me proporcionar ver um telejornal como imaginei que jamais fosse possível existir.
Era exatamente isso que faltava nesse país, um canal de TV aberto disposto a incentivar o estabelecimento do contraditório através de seus telejornais, sem opiniões únicas, sem políticos ou partidos blindados, e fazendo jornalismo com respeito a inteligência do seu telespectador como nunca não se viu.
A Record gostou de ser independente e não dá sinais que pode voltar atrás em suas decisões. A Carta Capital já faz jornalismo sério há anos. A Isto é parece que entendeu que dizer a verdade não dói.
Fico feliz de estar vivo e presenciando o começo dessa revolução que vai mudar a forma de fazer comunicação nesse país. A opinião única morreu e se depender de nós nunca vai ressucitar.

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