Por Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador - DEM/GO.
O governo brasileiro, ao inovar na economia, pode ter atingido seu intento de se fazer global, ao menos nos prejuízos. A grande novidade é, como virou tradição, bancada com dinheiro público. Trata-se do socialismo de açougue, o comunismo de churrasco em que a população entra com a carne, a companheirada comparece com o espeto e o Executivo participa com a brasa.
A conta na qual as fortunas esperam pela mão mais leve à disposição é a do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, a mamãe BNDES.
Para citar apenas cinco enroscos dos últimos quatro anos, o BNDES entrou com R$ 21 bilhões em compras de carne (JBS), linguiça (Sadia), chester (Perdigão), papel (Votorantim/Aracruz) e varejo (Carrefour/Pão-de-Açúcar).
Esses negócios contrariam completamente a finalidade do banco e seu “Planejamento Corporativo”: “Desenvolvimento local, regional e socioambiental”. Que local, região ou área de proteção da natureza se desenvolvem investindo-se verba oficial em commodities e supermercados?
A resposta está escrita nas estrelas. Basta pertencer ao clube do bilhãozinho para entrar no cofre do BNDES (recebeu, em 2010, R$ 105 bilhões do Tesouro Nacional), seja como consultor, sócio ou lobista do esquema.
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