UNIÃO EUROPÉIA EM TRANSEPAPÉIS DA DÍVIDA DE PORTUGAL SÃO REBAIXADOS AO NÍVEL JUNK: A agencia de classificação de risco Moody's anunciou hoje que reduziu a classificação dos títulos da dívida externa portuguesa. Significa que esses papéis vão queimar nas mãos de investidores. Passaram a ser cotados na faixa de 'junk', o que em bom português daqui e de Portugal expressa justamente o que são: 'lixo'. Queimam nas mãos do mercado mais do que já queimavam antes da posse do governo direitista que sucedeu ao Partido Socialista. Os novos governantes portugueses assumiram com o apetite manifesto de atirar o país no mais brutal ciclo de regressividade ortodoxa, com cortes de gastos e elevação de impostos e demais oferendas ao Deus mercado, em troca de um empréstimo de 78 bi de euros em três anos. A credibilidade dos próprios deuses na sua bíblia, porém, como se vê é sofrível. E não é só no caso de Portugal que os mercados agora dão sinais cada vez mais explícitos de não acreditar no jogo de faz de conta embutido em acordos leoninos, quase impossíveis, de redução do déficit e da dívida, impostos pela União Européia (UE) e o FMI.Os bancos alemães e franceses, por exemplo, aceitam prolongar os prazos de pagamento da dívida contraída pela Grécia desde que as agências de risco não façam o que já acabaram de fazer com Portugal: baixem a avaliação de risco do país. Mas é exatamente o que a Standard & Poor"s (S&P) --escaldada pela desmoralização após a cumplicidade com malfeitorias na bolha imobiliária dos EUA-- está dizendo que fará em breve: classificar o prolongamento dos créditos a Grécia como calote, amigável, mas calote. Não se trata apenas de um fetichismo. É preciso lembrar que a UE é um só mercado e os capitais tem absoluta mobilidade. Um correntista grego, ou português, temendo dificuldades com os bancos do seu país pode, por exemplo, transferir seus depósitos para a Alemanha ou França livremente. Ou seja, a fuga de capitais anda com botas de sete léguas na crise de um continente em transe que se tornou o epicentro da crise dos mercados financeiros desregulados. (Carta Maior; 4º feira, 06/07/ 2011)
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