**16 mil policiais vigiam as ruas de Londres, uma cidade sitiada entre o medo e a perplexidade que busca respostas para a questão incontornável: por que a violência se transformou em fenômeno viral numa Inglaterra conservadora, de indiferenciação partidária, marcada pela decadência da esfera pública e dos serviços sociais e vocalizada pela virulência direitista dos tablóides de Murdoch?
PARA CONTER O PÂNICO, FED TABELA O JURO POR DOIS ANOS EM 0,25%. E NÓS? Fed, o BC americano, decidiu manter a taxa de juro em 0,25% até 2013. Significa que haverá dinheiro barato --muito barato-- para lubrificar compra e venda de ações e títulos. Se 'comprar' uma cédula de dólar é tão barato, vale a pena fazê-lo para trocar por outros tipos de papéis. Em tese. Mas não há nada de remotamente keynesiano nisso. A economia real continua travada por consumidores endividados que não compram, empresas que não produzem e não contratam (o desemprego é de 9%) e bancos que não emprestam à oferta e à demanda. Obama está manietado pelo Tea Party, sem fôlego fiscal para agir nessa direção. Em 2008, quando teve a chance, nada fez além de socorrer bancos. Aos mercados em pânico, de qualquer forma, a mensagem é a de que ninguém ficará sem suporte para carregar por mais dois anos eventuais 'micos' e títulos podres. Se vai ajudar ou não Obama a driblar o Tea Party até a eleição de 2012 --faltam 15 longos meses- - o fato é que o sinal heterodoxo de longo prazo emitido pelo Fed tem efeitos imediatos no Brasil. A decisão torna ainda mais disfuncional o juro nativo de 6,8% reais ao ano, o maior do mundo. O governo Dilma terá que reforçar controles cambiais e reduzir a Selic para defender o mercado doméstico de fluxos especulativos revigorados, sobretudo se não encontrarem, como tem sido, destinação rentável na anemia dos EUA. O tema já é discutido em Brasília (leia matéria de André Barrocal, nesta página) - (Carta Maior; 4º feira, 10/08/ 2011)
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