quarta-feira, 10 de agosto de 2011

**16 mil policiais vigiam as ruas de  Londres, uma cidade sitiada entre o medo e a perplexidade que busca respostas para a questão  incontornável:  por que a violência se transformou em fenômeno viral numa Inglaterra conservadora, de indiferenciação partidária,  marcada pela decadência da esfera pública e dos serviços sociais e vocalizada  pela virulência direitista dos  tablóides de Murdoch?
PARA CONTER O PÂNICO, FED TABELA O JURO POR DOIS ANOS EM 0,25%. E NÓS? Fed, o BC  americano, decidiu manter a taxa de juro em 0,25% até 2013. Significa que haverá dinheiro barato --muito barato-- para lubrificar compra e venda de ações e títulos. Se 'comprar' uma cédula de dólar é tão barato, vale a pena fazê-lo para trocar por outros tipos de papéis. Em tese. Mas não há nada de remotamente keynesiano nisso. A  economia real continua travada  por consumidores endividados que não compram, empresas que não produzem e não contratam (o desemprego é de 9%) e bancos que não emprestam à oferta e à demanda. Obama está manietado pelo Tea Party, sem fôlego fiscal para agir nessa direção. Em 2008, quando teve a chance, nada fez além de socorrer bancos. Aos mercados em pânico, de qualquer forma,  a mensagem é a de que ninguém ficará sem suporte para carregar por mais dois anos  eventuais 'micos' e títulos podres.  Se vai ajudar ou não Obama a driblar o Tea Party até a eleição de 2012 --faltam 15 longos meses- - o fato é que o sinal heterodoxo de longo prazo  emitido pelo Fed tem efeitos imediatos  no Brasil. A decisão torna ainda mais disfuncional o juro nativo de 6,8% reais ao ano, o maior do mundo. O governo Dilma terá  que reforçar controles  cambiais e reduzir a Selic para defender o mercado doméstico de fluxos especulativos revigorados, sobretudo se não encontrarem, como tem sido, destinação rentável na anemia dos EUA. O tema já é discutido em Brasília (leia matéria de André Barrocal, nesta página) - (Carta Maior; 4º feira, 10/08/ 2011)

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