segunda-feira, 8 de agosto de 2011

HISTÓRIAS GLORIOSAS

A grande festa do Botafogo de 1968 (*)
C. Pereira
Um dos melhores times que o Botafogo de Futebol e Regatas já teve, nos últimos 60 anos, foi sem dúvida o que conquistou o campeonato carioca de 1968. Embora fossem anos de chumbo, em razão do golpe militar que implantou uma ditadura sanguinária no país, os anos sessenta foram talvez os mais vitoriosos do Botafogo.
O Glorioso da estrela solitária que rivalizava com o Santos de Pelé, em ceder mais jogadores para a seleção brasileira – campeã em 1958, na Suécia e bi, no Chile, tinha – entre outros – craques (na acepção do termo) como Newton Santos (naquela época era assim escrito!), Garrincha, Didi, Amarildo, Zagalo, Quarentinha, Jairzinho, Carlos Roberto, Manga, Paulo César e tantos outros que fica até difícil enumerá-los.
Na decisão do certame carioca de 1968 num inesquecível jogo, realizado em 9 de junho num Maracanã lotado, com quase 160 mil espectadores, o Botafogo enfiou uma goleada histórica no Vasco da Gama. O placar foi de 4×0, com direito a show de bola e olé no final.
Os gols foram marcados por Roberto, Jairzinho, Rogério e Gerson e aquele time vencedor jogou com Cão, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Valtencir; Carlos Roberto e Gerson; Rogério, Jairzinho, Roberto e Paulo César.
Estive presente nas arquibancadas, espremido no meio da torcida botafoguense que, nesse domingo, era bem maior do que a do vasco da gama. E sobre esse jogo, guardo duas lembranças interessantes:
1 – O mais difícil foi chegar ao Maracanã. Eu estava morando no Rio há pouco mais de um mês e resolvi aceitar a carona que me ofereceu Celeste, botafoguense autêntica e destemida que, com o seu Volks do ano, se enrolou toda no caminho do estádio, procurando a rua Jorge Rudge (será que é este mesmo o nome da via?) para estacionar e quase perdemos o começo do jogo.
2 – Depois da estonteante vitória, de volta pra casa não nos perdemos (ninguém se perde na volta, já disse o poeta!). Foi fácil e agradável acompanhar a enorme carreata alvinegra que nos levou diretos para o Canecão (vizinho à sede do clube) onde rolou a festa do título que entrou pela noite e varou a madrugada. Milhares de torcedores cantaram, beberam e dançaram, ao som do melhor samba puxado pela incrível Beth Carvalho (naquele tempo bem mais magra!). De hora em hora, o samba parava e, emocionados, todos de pé entoavam o hino do Botafogo, numa atitude de respeito e reverência somente igualados aos que ouvem o Hino Nacional em dias de jogos da Copa do Mundo.
A festa e aquele time de 1968, para mim, se tornaram inesquecíveis.
(*) Crônica escrita em uma segunda-feira de agosto de 2011, um dia depois da extraordinária vitória sobre o vasco, minha homenagem ao querido Botafogo – em 48, em 68, em 89, em 95 e por todos os anos e séculos!

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