EMPREGO CRESCE NOS EUA, MAS TRÉGUA DURA POUCO. - O mercado de trabalho nos EUA criou 117 mil empregos em julho, bem acima dos 46 mil de junho. O alento deu uma trégua no convulsivo comportamento dos mercados financeiros no mundo. Mas durou pouco. O medo da recessão sinalizada pelo ajuste fiscal ortodoxo em curso na maior economia do planeta voltou a comandar a fuga para lugar nenhum dos investidores: as bolsas voltaram a tropeçar entre quedas e respiros momentâneos. É fácil entender a razão. O consumo das famílias representa 60% da energia que move a máquina produtiva norte-americana. O desemprego no país gira em torno de 9% da força de trabalho. Se for incluído o sub-emprego salta para 16%. Sem considerar, ainda, a força de trabalho recolhida nas prisões: 1% da população adulta do país, sobretudo negros e pobres, vive atrás das grades. A ascendencia da extrema-direita neoliberal sobre a agenda econômica da Casa Branca, expressa no arrocho fiscal decidido esta semana, não deixa dúvida sobre o futuro desse imenso exército de reserva de mão-de-obra: não haverá lugar para ele, nem para milhões de outros braços, na economia de um império declinante cuja principal agenda para os próximos dez anos é cortar US$ 2,4 trilhões de gastos e investimentos públicos. O corte incidirá sobre receitas já asfixiadas pela trajetória anemica da economia. Não por acaso, em julho, apesar do crescimento líquido de vagas, o setor público nos EUA demitiu 37 mil trabalhadores. A programação fiscal dos próximos anos deixa poucas dúvidas sobre a evolução desse indicador. O FED, o Banco Central dos EUA reune-se na próxima semana. Resta saber se a burocracia monetária de Obama irá afrontar o arrocho fiscal imposto pela direita republicana anunciando um novo dilúvio de liquidez --o que vai derreter ainda mais o dólar agravando o desequilíbrio cambial em países como o Brasil. (Carta Maior)
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