quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Diretor 2
- Cadê o álbum?
- Está aqui.
- Quantos anos tem esta aqui?
- Catorze.
- E esta outra?
- Catorze também.
- E esta?
- Quinze.
- Muito rodadas.
- É tudo carne nova, patrão.
- O homem quer mais nova.
- Fica com as três esta noite que arrumo uma de doze.
- Doze?
- Isso! Irmã mais nova de uma delas.
- Virgem?
- Virgem. Só que o preço é muito maior.
- Vou conversar com ele e te ligo até o fim da tarde.
- Ok.
O diálogo foi bem cedo, no bar de um hotel de luxo de uma capital, na região Centro-Oeste do Brasil. De um lado está o agenciador de crianças com um "book" e, do outro, Ademir, um homem jovem, que começou cedo na área técnica da empresa e se transformou em supervisor de operações. Ademir passa três dias por mês, ao lado do colega jornalista, fazendo encontros com empresas afiliadas em todo o país. Os dois avaliam a qualidade técnica e conceitual das emissoras parceiras, produzem relatórios e são os responsáveis por disseminar o "padrão". Nas horas vagas eles se dedicam à pedofilia. Não se consideram pedófilos no sentido clássico, porque não aliciam, nem pegam meninas na rua. Só as contratam, depois que o mal já está feito. Se consideram até benfeitores, porque costumam ser carinhosos e sempre dão o dinheiro direto para elas, sem intermediários.
Quem acabou de ler essas ponderações pode achar que o autor ficou louco, né? (continua)

Nenhum comentário: