Luciano Rezende - Engenheiro agrônomo, mestre em Entomologia e doutorando em Genética. Da direção estadual do PCdoB - MG.
A revista Veja se especializou em acusar o PT, o governo Lula/Dilma e a esquerda em geral como “radicais”. Sem entrar no mérito sobre o verdadeiro significado do termo e seu sentido para os progressistas e democratas, mas seguindo a mesma lógica depreciativa e do senso comum em relação a essa expressão tão massificada pela grande mídia como sinônimo de truculência e sectarismo, é cada vez mais notório, para a maioria do povo brasileiro, quem são realmente estes tais “radicais”.
Qual seria o grau de “radicalismo” de um parlamentar do campo popular se ele ameaçasse publicamente alguém de lhe dar uma surra como fez o senador tucano Arthur Virgílio (mais conhecido como Virgílio Neto em seu estado natal, o Amazonas) usando o microfone daquela casa para ameaçar de porrada nada menos que o presidente Lula? Também seria menos “radical” a proposta do ilustre candidato à vice-presidência, Índio da Costa, de multar o cidadão comum que der alguma esmola a um pedinte de rua?
Enquanto o governo Lula prioriza o diálogo e quer estreitar relações com a Venezuela, os “radicais” demo-tucanos se articularam para tentar impedir a entrada deste país fronteiriço no Mercosul, fazendo uso da mesma “ideologização” que tanto criticam na esquerda, de um debate de interesse nacional, o qual deveria ser suprapartidário. Estes “radicais” são muito intolerantes.
Enquanto o governo Lula/Dilma veste o boné do MST ao mesmo tempo em que dialoga com os ruralistas, os “radicais” do PSDB e do DEM botam lenha na fogueira para criminalizar os movimentos sociais, dificultando o convívio democrático, apelando mais e mais para o mesmo enfrentamento que no governo de Fernando Henrique resultou em massacres como o de Corumbiara e Eldorado dos Carajás. Estes “radicais” preferem a repressão ao diálogo.
Enquanto o governo Lula/Dilma promove a Conferência Nacional de Comunicação e cria a TV Brasil, os “radicais” demo-tucanos tentam impedir a qualquer custo o democrático debate pela democratização dos meios de comunicação no Brasil. Estes “radicais” são avessos à pluralidade de ideias.
Enquanto o governo Lula/Dilma tem a sensibilidade necessária para tratar projetos sociais, como o bolsa-família, qual uma ferramenta de distribuição de renda, os “radicais” de direita se incomodam por não terem mais um bolsa-banco do naipe de um Proer, instituído pelo presidente “radical” Fernando Henrique Cardoso. Estes “radicais” têm gula insaciável pelo poder e querem viver eternamente na Belíndia.
Enquanto o governo Lula/Dilma promove a integração entre os países latino-americanos, os “radicais” do campo político de José Serra defenderam o confronto contra a Bolívia. Estes “radicais” são intolerantes com os que pleiteiam suas independências e autonomias.
Enquanto o governo Lula/Dilma alcança índices de popularidade nunca antes vistos no Brasil, por adotar justamente uma agenda política diametralmente oposta da sua, os “radicais” demo-tucanos se remoem de ódio e tentam sabotar o país, na espreita para no melhor momento promover alguma ação desestabilizadora. Estes “radicais” têm o DNA golpista e histórico a favor de ditaduras.
Enquanto o governo Lula/Dilma goza do apoio de todos os democratas e pacifistas do mundo, os “radicais” do PSDB e do DEM são apoiados pelos poderosos interesses norte-americanos e servem como ponta de lança do imperialismo no continente. Estes “radicais” querem ver de novo a velha América Latina desunida e em conflito.
Os verdadeiros “radicais”, no sentido pejorativo adotado por Veja e suas congêneres, sempre foram os seus clientes, patrocinadores e simpatizantes. Porta voz do pior “radicalismo”: a intolerância e o desprezo por quem pensa e age diferente de seu receituário. Daí para a ditadura é um passo. Estes “radicais” apostam nisso.
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