sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Diretor 3

No restaurante:
- Su, ele é um porco, um pervertido, um, um f.d.p!
- Amiga, isso é grave!
- Grave? Isso é crime hediondo. Pode dar 15 anos de cadeia! Pode arruinar nossa vida, a vida dos nossos filhos...
- E como foi que você descobriu?
- Se eu te contar você não vai acreditar... Lembra uma repórter bem bonita de olhos grandes e escuros, cabelos longos...
- Assim, de cabeça...
- Uma que chegou aqui na mesma época que a gente...
- Uma que parecia índia? Ela ía ao salão, não ía?
- Isso, ela mesma!
- Sei.
- Ela começou como estagiária, sempre teve aquela carinha de menina... Um dia desses me ligou e me chamou para tomar um café.
- Hummmm, aí tem.
- Pois é, ela contou que tinha se apaixonado por ele e que...
- Seu marido?
- É.
- E como você reagiu?
- Na hora fiquei sem reação.
- E eles ficaram juntos?
- Ela não falou, eu também não perguntei, mas acho que sim.
- E aí?
- E aí que ela me contou que ele gostava de criança.
- E você acreditou?
- Claro que não, Su. Ele nunca tinha dado motivo para eu desconfiar. Sempre foi trabalhador, bom pai, nunca foi "baladeiro", mas fiquei com a pulga atrás da orelha...
- E...
- Contratei um detetive.
- Juuuuuuuura!
- É, gastei uma grana com o cara, mas tenho fotos reveladoras.
- É mesmo?
- É Su...
Ela não chegou sequer a mexer no prato de comida sobre a mesa. Desabou em choro. O restaurante parou para observar. Su ficou meio constrangida e tentou acalmar a mulher. O maitre veio em socorro. O gerente perguntou se tinha algo que pudesse fazer. Em minutos ela se recompôs, suspirou fundo e continuou.
- Su, a vontade que eu tenho é de matá-lo. (continua)

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