terça-feira, 17 de agosto de 2010

ELEIÇÕES

PORTAL iG
Contratado por iG e Band, Vox Populi antecipou tendências
Pacote de pesquisas foi encomendado como parte do projeto para a cobertura eleitoral deste ano.
Como parte das medidas para oferecer uma cobertura diferenciada da disputa eleitoral deste ano, o iG, em conjunto com a Band, contratou o instituto Vox Populi para realizar pesquisas sobre a corrida ao Palácio do Planalto. Até agora, os levantamentos anteciparam tendências confirmadas posteriormente pelos demais institutos de pesquisa do País.
Parceiro do iG desde o mês de maio, quando o candidato do PSDB, José Serra, ainda aparecia a frente de Dilma Rousseff (PT), o Vox Populi foi o primeiro instituto a captar o crescimento da candidata petista, só agora confirmado pelos demais organismos de pesquisa do País.
Na pesquisa Vox Populi divulgada no dia 15 de maio, Dilma aparecia pela primeira vez à frente de Serra, chegando a 38% contra 35% do tucano. No mesmo mês, o instituto Datafolha mostrava os dois candidatos empatados em 36%, enquanto o Ibope também apontava o cenário de empate dos dois concorrentes, em 37%.
O cenário de empate entre Dilma e Serra nas pesquisas Ibope e Datafolha persistiu até o final de julho, quando o Ibope finalmente identificou o crescimento de Dilma, apontado mais de um mês antes pela Vox Populi. No levantamento do dia 29 de julho, o Ibope mostrou que a candidata petista tinha 39% das intenções de voto, enquanto Serra aparecia com 37% e Marina tinha 7% das preferências.
Entretanto, uma semana antes, na pesquisa de 23 de julho, o Datafolha ainda apontava o empate técnico entre PT e PSDB, com 36% e 37%, respectivamente. A tendência de queda de José Serra só foi registrada pela pesquisa Datafolha no último dia 13 de agosto, quando o candidato tucano apareceu com 33% das intenções de voto, contra 41% de Dilma e 10% de Marina Silva.
Segundo o presidente do Vox Populi, João Francisco Meira, a diferença entre os resultados dos institutos está na metodologia e na amostra de entrevistados escolhidos por cada empresa de pesquisa. No caso do Vox Populi, por exemplo, as pesquisas são feitas através de sorteio dos setores censitários apontados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), que divide cada município brasileiro em unidades de até 400 domicílios. O sorteio feito pelo Vox Populi e pelo instituto Sensus respeita a proporção de 16% de habitantes vivendo em áreas rurais no Brasil, apontado pelo próprio IBGE, enquanto os outros desprezam a informação.
Sorteados os municípios participantes, o Vox Populi também faz um segundo sorteio de domicílios que receberão a visita dos entrevistadores do instituto. Essa entrevista domiciliar é feita tanto pelo Vox, quanto pelo instituto Sensus. No caso do Datafolha, por exemplo, o instituto escolhe áreas dessas unidades censitárias onde existe maior circulação social, como uma padaria, uma praça ou uma zona comercial. Ao invés de fazer as pesquisas domésticas, as entrevistas do Datafolha são feitas na rua, durante o horário de maior circulação de pedestres. “Pode parecer uma bobagem, mas num cenário de disputas ideológicas, o entrevistado está muito mais a vontade em responder uma pesquisa política em casa do que no meio da rua”, afirma Meira.
Pesquisa residencial.
Outra observação feita pelo presidente do Instituto Vox Populi está na escolha das áreas de circulação. Segundo Meira, a escolha do Datafolha não garante que naquelas áreas são freqüentadas por eleitores de diferentes classes sociais, idades e escolaridade. “Por terem poderes aquisitivos distintos, os entrevistados têm hábitos diferentes e meios de locomoção totalmente opostos. Isso dificulta a representação de camadas sociais, importante para ponderar o peso de qualquer pesquisa de opinião”, justifica o executivo.
Além das diferenças na escolha e no fluxo da mostra de entrevistado, Vox Populi, Ibope e Datafolha ainda divergem sobre a apresentação dos candidatos ao entrevistado. Enquanto os pesquisadores do Vox mostram um cartão com o nome de todos os candidatos e o seu respectivo partido ao lado, os cartões apresentados pelo Ibope e Datafolha exibem apenas o nome do postulante ao cargo durante as entrevistas de voto estimulado, explica Meira.
De acordo com ele, essa apresentação se torna fundamental em caso de disputas onde há diferenças de exposição pública, como no caso de Serra e Dilma. “Mesmo que não exista uma identificação ideológica dos brasileiros, na escolha o eleitor associa o candidato ao nome do partido, porque é assim que eles são apresentados na urna eleitoral e na propaganda partidária. Ao omitir o partido no cartão, a amostra favorece apenas aqueles que estão há mais tempo na vida pública e já são conhecidos do eleitorado”, explica o presidente do Vox Populi.
Embora essas diferenças tenham destacado o instituto nessa primeira etapa da corrida eleitoral, elas tendem a desaparecer a partir do início da propaganda eleitoral e da proximidade do dia da votação, segundo o presidente do instituto. analisa Meira.
“A partir de agora nós vamos ter uma grande profusão de informação sobre os candidatos. Todo mundo vai saber quem é quem, quem está apoiando quem e a qual partido cada candidato pertence. Você não precisa colocar José Serra do PSDB, ou Dilma do PT, na hora da pesquisa, porque todo mundo vai saber. Isso deve alinhar o resultado das pesquisas e trazer tendências mais próximas entre cada instituto”,

Nenhum comentário: