Não existe governo perfeito, claro, mas o governo Lula foi, comparando com o que estamos acostumados, bastante positivo. A "crise" do ano passado, que abalou como um terremoto Estados Unidos e União Europeia foi motivo de piada dentro do Brasil. Emprestamos dinheiro para o FMI. Com o "famigerado" bolsa família, que nossos intelectuais de botequim chamaram de "esmola para pobre" e com a declaração de que a crise não surtiria efeito (que de fato não surtiu), que nossos cientistas políticos amadores chamaram de precipitada entre um chopp e outro num bar em Copacabana, nosso presidente matou uma bola de neve no peito e jogou para escanteio com uma classe que poucos zagueiros tem. E na política é mais difícil, porque no futebol se joga só com uma bola. Porém nossos intelectuais amadores, espantados com o crescimento do preço do dólar e euro (que estão baixando vertiginosamente, chegando perto de uma paridade, não fabricada e artificial, mas uma perene e duradoura) continuam fazendo questão, acobertados, eu não diria, por uma intervenção direta da mídia, pois este órgão é diversificado e dele não se pode esperar uma ação homogénea, mas, digamos, uma certa conveniencia da mesma, gentilmente ignorando os feitos do nosso governo. Se prendem a fatos muito importantes para criticar o Lula, por exemplo, que ele não sabe falar algumas palavras que eles tampouco sabem, que ele cometeu alguns deslizes (como se ninguém mais os tivesse cometido) e, claro, a crítica mais sensata e importante: Que ele só tem quatro dedos em uma mão. É claro que críticas procedem. O mensalão existiu, a atitude do nosso presidente foi, digamos, ridícula, existiram escândalos de corrupção (acoitados pela mídia que, oito anos atrás, delicadamente, nada mostrava), acordo com países de política totalitária, pela esquerda ou pela direita, amplamente criticados pelo grupo que apoiou ou gentilmente ignorou a existência da ditadura militar, erros bobos (me refiro aqui à pronuncia da palavra "merda" em um discurso), propaganda política fora do horário permitido, como, por exemplo, um filme biográfico sobre o presidente, patrocinado por empresas ligadas ao governo em período de eleição e assim vai mais uma longa lista. Só que dessa lista nós tomamos conhecimento, diferente de outras listas de crimes cometidos por presidentes que tinham uma boa relação com a imprensa (lembrem-se, os crimes de tortura ocorridos no período militar ainda não foram julgados).
Passados oito anos de governo Lula, o Brasil não sucumbiu à esquerda "Bolivarianista" autoritária e levemente Stalinista de nossos colegas da América Latina, nem cedeu às pressões dos EUA para entrarmos na ALCA e gentilmente destruirmos de vez a nossa economia interna. Permanecemos numa corda bamba, nem tendendo à direita nem à esquerda, mas sim ao temido bom-senso. E agora resta a pergunta: Será que Dilma Roussef, uma vez eleita, o que eu espero e torço, vai conseguir manter o carisma de Lula, necessário para manter-nos na rota desejável em que nos encontramos? Pela primeira vez em muito tempo, embora a cegueira voluntária de alguns não os permita enxergar, as eleições se mostram relativamente interessantes, zé (pedagio) Serra, com seu tucanismo cínico, Marina, criacionista, arrastando em um cordão os elementos mais perigosos de nossa esquerda e direita, todos juntos, ou Dilma Roussef que, com todas as suas falhas, traz o apoio de um governo que tanto fez. Mas desejo aos meus conterrâneos uma boa sorte e uma boa escolha.
Passados oito anos de governo Lula, o Brasil não sucumbiu à esquerda "Bolivarianista" autoritária e levemente Stalinista de nossos colegas da América Latina, nem cedeu às pressões dos EUA para entrarmos na ALCA e gentilmente destruirmos de vez a nossa economia interna. Permanecemos numa corda bamba, nem tendendo à direita nem à esquerda, mas sim ao temido bom-senso. E agora resta a pergunta: Será que Dilma Roussef, uma vez eleita, o que eu espero e torço, vai conseguir manter o carisma de Lula, necessário para manter-nos na rota desejável em que nos encontramos? Pela primeira vez em muito tempo, embora a cegueira voluntária de alguns não os permita enxergar, as eleições se mostram relativamente interessantes, zé (pedagio) Serra, com seu tucanismo cínico, Marina, criacionista, arrastando em um cordão os elementos mais perigosos de nossa esquerda e direita, todos juntos, ou Dilma Roussef que, com todas as suas falhas, traz o apoio de um governo que tanto fez. Mas desejo aos meus conterrâneos uma boa sorte e uma boa escolha.
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