Por Carlos Chagas.
Por enquanto o objetivo é ganhar a eleição, que pelas pesquisas encontra-se a um passo de Dilma Rousseff. Até por conta da campanha, mostra-se a candidata como um videotape do presidente Lula, prometendo continuar suas realizações, até ampliá-las, mas sem ter apresentado até hoje um projeto pessoal, específico, em condições de marcar sua gestão. Trata-se de uma tática eleitoral, até necessária em função da vitória e da popularidade do primeiro-companheiro.
Fica, no entanto, a pergunta no ar: qual a marca da mais do que provável futura presidente da República? Onde ela vai inovar, ingressar na galeria dos governantes nacionais?
Será na ampliação dos direitos sociais, apesar de andar tão comedida a ponto de evitar pronunciar-se sobre a redução da carga de trabalho dos operários e assalariados? Faria retornar prerrogativas surripiadas pelos neoliberais, como a estabilidade no emprego, a co-gestão, o salário-família e um salário-mínimo capaz de prover o trabalhador e sua família de meios efetivos para alimentação, moradia, vestuário, transporte, educação, saúde e até lazer?
Ou chegará a candidata ao palácio do Planalto disposta apenas a manter o bolsa-família, sem cuidar de avanços à altura do programa do PT?
Terá condições de reverter a farra das privatizações que despojou o estado brasileiro de sua soberania, entregando ao estrangeiro o subsolo, as telecomunicações, montes de indústrias de base e até a Petrobrás? Conterá a sanha especulativa das elites financeiras, a começar pelo lucro dos bancos? Disporá de um projeto para conter a marcha da violência e do crime organizado, acima e além de instalar postos policiais nas favelas do Rio?
Tudo isso e muito mais a candidata continua devendo, ainda que se entenda porque não avançou. Terá tempo, entre a proclamação do resultado das urnas e sua posse, no primeiro dia do próximo ano.
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