Por Carlos Chagas.
De vez em quando é bom olhar para fora. À margem da lambança executada para matar Bin Laden, cruel e inexplicável parece o bombardeio da Líbia, prestes a completar um mês, por forças ditas de uma coalizão internacional onde pontificam, mesmo, os Estados Unidos. Quem deu a eles o direito de matar a população instalada em Trípoli e arredores, quando o pretexto seria ajudar as forças rebeldes lá do outro lado do país, em Bengazi? Não escondem a intenção de implodir Muahmar Kadaffi e seus palácios, apesar de atingirem mesmo a sua família? Já sacrificaram um filho e netos do ditador e continuam tentando desconstruir um governo que até pouco cortejavam e dele auferiam lucros. Os grupos que se insurgem contra Kadaffi são os que, por coincidência, assentam-se nas regiões mais ricas de petróleo, cuja produção não foi interrompida, abastecendo precisamente países da coalizão, com a Itália puxando a fila. Se é para depor regimes ditatoriais, em nome da democracia, faz tempo que deveriam estar jogando bombas e mísseis na Arábia Saudita e em quantos outros países do planeta? Parece que em Bonga-Bonga e Songa-Monga também há ditaduras. Inatacáveis, mesmo, são os aliados que fornecem petróleo. Da mesma forma que a defunta Liga das Nações, no seu tempo, as Nações Unidas mostram-se impotentes para conter as agressões. Antes foi com Mussolini, agora é com Obama, com todo o respeito à sua ascensão ao poder, diversa do Duce. Mas o efeito da ação da comunidade internacional é o mesmo, ou seja, zero. Não demora muito a destruição da Líbia, e a gente pergunta o que virá depois. MEA CULPA Um dos postulados fundamentais do jornalismo é reconhecer o erro, quando erramos, tornando público o reconhecimento, através de retificação.
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