Por Carlos Chagas.
A ortodoxia econômica neoliberal ainda vai nos estrangular. Iniciada por Roberto Campos quando ministro do Planejamento do primeiro general-presidente, Castelo Branco, esse modelo alcançou o ponto alto no período de Fernando Henrique. Foi mantido pelo Lula e agora por Dilma Rousseff. A palavra de ordem é cortar gastos, mas onde? Decidiu o governo derrotar a PEC-300, que estabelecia piso salarial para policiais militares e bombeiros. Também vetou reajustes para os aposentados que recebem mais do que o salário mínimo. Nem quer ouvir falar de vencimentos mais dignos para professores e médicos do serviço público. Além de engavetar a emenda 29, que regulamenta os recursos para a saúde.
Não seria mais fácil aumentar a taxação do lucro dos bancos? Ou cobrar imposto de renda do capital-motel que chega do exterior de tarde, passa a noite e vai embora de manhã? Que tal obrigar os investidores de fora a permancerem um ano no Brasil, aqui reinvestindo seus lucros? E o Imposto Sobre Grandes Fortunas, que foi para a gaveta? Taxar terras improdutivas seria boa solução, assim como a importação de produtos estrangeiros, em especial os supérfluos que vem da China. Pelo menos, acabar com os subsídios dados por diversos estados a esses produtos, via concessão de créditos do ICMS. Estabelecer mecanismos para o retorno ao país de centenas de bilhões de dólares mandados ao exterior por especuladores e bandidos.
Adianta muito pouco o ministro Guido Mantega tirar paliativos da cartola. O que se esgotou foi a estratégia responsável por mais uma crise mundial. O governo já reduz investimentos sociais. Logo estará criando novos impostos para o cidadão comum, reduzindo salários e aumentando o desemprego. Melhor seria mudar o modelo.A CUT, ONDE ESTÁ A CUT?No meio de perplexidades produzidas pela equipe econômica, indaga-se onde esgtá a Central Única dos Trabalhadores, um dia constituída para defender os que vivem de salário. O Paulo Pereira da Silva ainda movimenta sua organização, a Força Sindical, mesmo cedendo sempre às exigências do palácio do Planalto, mas a CUT, pelo jeito, o gato comeu. Nenhuma campanha reivindicatória, nenhum protesto. Seria porque os trabalhadores estão felizes com a política restritiva do governo? Ou porque a liderança sindical esgotou-se, à maneira da pelegada que saiu sem deixar saudade, quando os militares entraram? A coisa nova, naqueles idos, foi a CUT. Agora, ficou velha.MISTÉRIOS MINEIROS.Fosse hoje a eleição para governador de Minas e, com o impedimento para Antônio Anastasia concorrer a um segundo mandato, só mesmo Aécio Neves barraria o caminho até agora aberto pelo ministro Fernando Pimentel. Como o ex-governador e hoje senador é candidato à presidência da República, eis uma forma de o PT renascer, porque possíveis, mesmo, só as vitórias no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Acre, com as reeleições de Tarso Genro, Jacques Wagner e Tião Viana. No Distrito Federal, continuando as coisas como vão, Agnelo Queirós não emplaca.
Minas sempre foi um mistério político, pautado por duas paralelas: o senso grave da ordem e o anseio irresistivel da liberdade. Resta saber para onde elas apontam.TENENTES E COMPANHEIROS.Logo depois da vitória da Revolução de 30, instalado na chefia do governo provisório, Getúlio Vargas foi indagado sobre o que faria com os tenentes. Afinal, eles haviam sido a mola mestra da rebelião contra a República Velha, aderindo aos gaúchos depois de haverem perdido suas duas maiores opções de dominar o país: Luiz Carlos Prestes, que virou comunista, e Siqueira Campos, morto num desastre de avião.
Getúlio, com aquela fleugma conciliatória, dividiu a resposta em duas partes: primeiro, promoveria os tenentes a capitães; depois, nomearia boa parte deles para interventores nos estados. Deu certo, os tenentes desapareceram como categoria, ainda que os sobreviventes renascessem em 1964, como generais.
O episódio é lembrado porque, não demora muito, algum estudante de História perguntará para onde foram os companheiros e a conclusão será de que sumiram, sobrando apenas o Getúlio Vargas dos tempos atuais. Quem? Ora...
Não seria mais fácil aumentar a taxação do lucro dos bancos? Ou cobrar imposto de renda do capital-motel que chega do exterior de tarde, passa a noite e vai embora de manhã? Que tal obrigar os investidores de fora a permancerem um ano no Brasil, aqui reinvestindo seus lucros? E o Imposto Sobre Grandes Fortunas, que foi para a gaveta? Taxar terras improdutivas seria boa solução, assim como a importação de produtos estrangeiros, em especial os supérfluos que vem da China. Pelo menos, acabar com os subsídios dados por diversos estados a esses produtos, via concessão de créditos do ICMS. Estabelecer mecanismos para o retorno ao país de centenas de bilhões de dólares mandados ao exterior por especuladores e bandidos.
Adianta muito pouco o ministro Guido Mantega tirar paliativos da cartola. O que se esgotou foi a estratégia responsável por mais uma crise mundial. O governo já reduz investimentos sociais. Logo estará criando novos impostos para o cidadão comum, reduzindo salários e aumentando o desemprego. Melhor seria mudar o modelo.A CUT, ONDE ESTÁ A CUT?No meio de perplexidades produzidas pela equipe econômica, indaga-se onde esgtá a Central Única dos Trabalhadores, um dia constituída para defender os que vivem de salário. O Paulo Pereira da Silva ainda movimenta sua organização, a Força Sindical, mesmo cedendo sempre às exigências do palácio do Planalto, mas a CUT, pelo jeito, o gato comeu. Nenhuma campanha reivindicatória, nenhum protesto. Seria porque os trabalhadores estão felizes com a política restritiva do governo? Ou porque a liderança sindical esgotou-se, à maneira da pelegada que saiu sem deixar saudade, quando os militares entraram? A coisa nova, naqueles idos, foi a CUT. Agora, ficou velha.MISTÉRIOS MINEIROS.Fosse hoje a eleição para governador de Minas e, com o impedimento para Antônio Anastasia concorrer a um segundo mandato, só mesmo Aécio Neves barraria o caminho até agora aberto pelo ministro Fernando Pimentel. Como o ex-governador e hoje senador é candidato à presidência da República, eis uma forma de o PT renascer, porque possíveis, mesmo, só as vitórias no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Acre, com as reeleições de Tarso Genro, Jacques Wagner e Tião Viana. No Distrito Federal, continuando as coisas como vão, Agnelo Queirós não emplaca.
Minas sempre foi um mistério político, pautado por duas paralelas: o senso grave da ordem e o anseio irresistivel da liberdade. Resta saber para onde elas apontam.TENENTES E COMPANHEIROS.Logo depois da vitória da Revolução de 30, instalado na chefia do governo provisório, Getúlio Vargas foi indagado sobre o que faria com os tenentes. Afinal, eles haviam sido a mola mestra da rebelião contra a República Velha, aderindo aos gaúchos depois de haverem perdido suas duas maiores opções de dominar o país: Luiz Carlos Prestes, que virou comunista, e Siqueira Campos, morto num desastre de avião.
Getúlio, com aquela fleugma conciliatória, dividiu a resposta em duas partes: primeiro, promoveria os tenentes a capitães; depois, nomearia boa parte deles para interventores nos estados. Deu certo, os tenentes desapareceram como categoria, ainda que os sobreviventes renascessem em 1964, como generais.
O episódio é lembrado porque, não demora muito, algum estudante de História perguntará para onde foram os companheiros e a conclusão será de que sumiram, sobrando apenas o Getúlio Vargas dos tempos atuais. Quem? Ora...
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