Ícone da culinária nacional, o feijão perdeu espaço na mesa do brasileiro. Uma pesquisa do Ministério da Saúde mostra que 65,8% dos entrevistados consomem o alimento pelo menos cinco vezes por semana. Em 2006, esse percentual era de 71,9%.
De acordo com Deborah Malta, uma das responsáveis pelo estudo, o desprestígio do prato tem relação com o corre-corre da vida metropolitana.
– O feijão requer tempo de preparo e pressupõe uma comida caseira. Com a mudança no estilo de vida da população, ele está saindo da rotina do brasileiro – afirma Deborah.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, mostrou-se preocupado com o dado. Ele lembrou que o alimento é rico em fibras e proteína.
Além da queda do feijão, o estudo mostrou uma mudança nos hábitos alimentares no país. Ao mesmo tempo em que consumem mais frutas e hortaliças e menos carne vermelha, os brasileiros bebem mais refrigerante e praticam menos atividades físicas.
Segundo Deborah, o novo padrão alimentar do brasileiro acompanha tendência mundial de maior consumo de alimentos gordurosos, mas mostra a preocupação de uma parcela da população em reverter esse quadro.
– Tem reduzido o percentual de pessoas que almoçam em casa ou preparam sua refeição, e assim as pessoas acabam optando por alimentos mais práticos e, geralmente, mais gordurosos, como os pré-cozidos, enlatados ou mesmo os fast-foods – afirmou Deborah.
Temporão fez um alerta sobre os riscos da mudança no estilo de vida da população.
– A alimentação adequada e a prática regular de exercício ajudam a prevenir doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e câncer – destacou.
Para tentar melhorar os números, o Ministério da Saúde lembrou da Política Nacional de Promoção da Saúde. Desde 2006, Estados e municípios recebem incentivos financeiros para ações de estimulo à prática de exercícios físicos, alimentação saudável e construção de espaços de convivência e lazer.
Os dados sobre o perfil da alimentação do brasileiro e o hábito de fazer atividade física integram levantamento realizado pelo Ministério da Saúde durante todo o ano passado. Foram entrevistados 54.367 brasileiros entre os dias 12 de janeiro e 22 de dezembro.
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