terça-feira, 27 de julho de 2010

OS BRUTUTUS

Me parece que o Zé (pedagio) Serra e seus estrategistas estão apostando que ele e a Dilma chegarão nas eleições tecnicamente empatados. E aí, qualquer votinho conta para definir o vencedor, esperam conseguir assustar um ou outro incauto da classe média para afastá-los da Dilma. Convenhamos que isso não é difícil, uma vez que não falta incauto na classe média, que esta totalmente desinformada pelo PiG. O problema é que esse empate técnico só existe nas pesquisas do Datafalha e do PSDBope. Talvez contem com aqueles indecisos que são influenciados pelas pesquisas. 
Palpites: Zé (alagão) Serra não é novato na política, nem nasceu ontem, mas sabe que sua oportunidade de chegar à Presidência da República (que persegue obcecadamente há anos por motivos que talvez somente a psicanálise explique, dada sua estranha relação de décadas com FHC) é agora; depois estará idoso demais, e dizem que não tem boa saúde. Não creio que a nova estratégia radical de direita seja apenas por falta de propostas. Que é truculento, irascível, autoritário, incapaz de dialogar e delegar, os que o cercam estão fartos de saber. Que anda mal dos nervos é um boato que corre pela internet. Que não terá chances de ganhar a eleição, me parece razoável, e até aceita por politólogos e alguns amigos (ou ex-amigos dele) que enxergam um palmo à frente do nariz. Mas acho que a tática brucutu de agora visa garantir a fidelidade do núcleo de anti-petistas tradicionais e de setores da classe média conservadora. Nem o empresariado esperto vai segui-lo ou amedrontar-se com sua retórica, porque empresário bem-sucedido não rasga dinheiro no escuro (sem saber quais são reais projetos do candidato). Ou seja, acho que ele não quer ter menos votos que Alckmin em 2006 (nada improvável, porque a tática me parece espantar uma direita menos raivosa), tanto porque lhe seria insuportável, uma ferida dolorosa no ego, quanto para tentar posicionar-se como líder da futura oposição ao governo Dilma. Mas é possível que o lugar esteja mais para Aécio e outros, gente pelo menos mais cordata.

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