quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

QUEM AINDA É O CHEFE

Por Carlos Chagas.
Nos estertores da II Guerra Mundial, vencedor de El Alamein e comandante dos exércitos ingleses que invadiram a Alemanha, o marechal Bernard Montgomery respondeu aos jornalistas sobre a razão de seu sucesso: “É porque não bebo, não fumo e não jogo.”
Winston Churchill, ainda primeiro-ministro, ficou com ciúme, chamou os repórteres e disse: “podem escrever que eu bebo, fumo, jogo e sou o chefe dele...”
A historinha se conta a propósito das críticas que começam a germinar no PMDB contra  Michel Temer, acusado de não estar pressionando Dilma Rousseff como deveria, para assegurar os cargos que o partido tem no segundo escalão do governo. O vice-presidente pode estar trocando espaço por tempo, até engolindo sapos, mas, acima de tudo, continua sendo o chefe. Ruim com ele, em termos de nomeações, pior sem ele, caso lavasse as mãos e se omitisse na defesa do que o PMDB entende como suas prerrogativas. Adianta muito pouco certos dirigentes alegarem o direito de co-participação e condomínio no governo, por conta do apoio dado a Dilma na campanha eleitoral. Ocupar cargos na administração federal depende da caneta da presidente da República, e ninguém melhor do que Temer para reduzir o prejuízo e aproveitar as brechas para ir indicando seus correligionários, mesmo em número inferior ao governo Lula. Podem as bancadas, alguns governadores e até senadores peemedebistas alegar estarem sendo alijados das decisões de governo,  até com  certa razão, mas o chefe que hoje recua continua sendo o chefe.

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