segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A REBELIÃO EM ISRAEL

AMOS ÓZ: 'ESTÃO TODOS CANSADOS DA GUERRA' - "O Hamas mantém a ideia de que Israel não deve existir. É impossível, até para um moderado como eu, me alinhar com isso. Não posso propor que Israel só exista às segundas, quartas e sextas. O Hamas precisa reconhecer Israel para que se possa negociar..."
"Nem todos os religiosos são fanáticos. Muçulmanos ou judeus. Entretanto, acredito que fanáticos são sempre similares..."
"Acredito que um acordo de paz entre Israel e Palestina é urgente. E ninguém irá realizá-lo, senão - e somente - israelenses e palestinos. Temos que conversar e acertar nossas diferenças. O buraco entre as duas posições não é absurdo. Um compromisso pode ser acertado..."
"Árabes e judeus foram, no passado, vítimas da Europa. Os árabes por meio de imperialismo, colonialismo e humilhação. Os judeus pelas perseguições, discriminações e, por fim, o massacre. Duas vítimas do mesmo pai opressor não necessariamente se amam. Muitas vezes enxergam, um no outro, a imagem do pai cruel..."
"Estão todos cansados da guerra. Não falo dos fanáticos, porque esses não cansam nunca. Mas o povo nas ruas de Israel e da Palestina está exausto. E acho isso bom, porque essa fadiga está preparando o solo para um acordo concreto, mas doloroso, para os dois. Acontecerá quando o território for dividido entre israelenses e palestinos. Ambos se sentirão amputados. Mas não há outra alternativa..."
"Em termos de valores, é possível encontrar (em Israel) um espectro de tudo que há no mundo ... Se você prometer receber o que vou te dizer com um sorriso, eu afirmo que Israel não é um país, nem uma nação. É uma coleção de grandes discussões e argumentos..." (escritor Amos Oz, que participa de movimento pela criação de um partido social-democrata em Israel; entrevista ao Estadão;28/02)
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(Carta Maior, 2º feira-, 28/02/2011)

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