quarta-feira, 1 de junho de 2011

MARCAÇÃO CERRADA

Antecipação da janela tira o poder de barganha dos clubes.
Por Marcelo Bechler, do O Globo.
A janela para transferências internacionais será antecipada e o futebol brasileiro tende a perder com isso. Espera-se que os clubes possam inscrever jogadores entre 15 de junho e 15 de julho. Neste momento, Corinthians, Grêmio, Vasco e Botafogo ganham os reforços de Alex, Mirales, Gilberto Silva, Juninho Pernambucano e Renato por dez rodadas a mais do que se o estipulado previamente fosse cumprido.
São quatro clubes e cinco atletas beneficiados.
O número deve ser maior até 15 de julho, mas a tendência é que todos saiam perdendo.
A temporada europeia acabou de ser encerrada e os clubes mal começaram as avaliações de elenco para 2011/12. Negociar com um atleta, mesmo que esteja encostado em uma equipe da Europa hoje, é muito mais difícil do que no final de julho ou início de agosto, quando já se terão definidos os jogadores que serão utilizados na temporada.
É o caso de Henrique, que interessa ao Palmeiras ou Keirrison, nos planos de Atlético-MG e Bahia. Os dois jogadores pertencem ao Barcelona. Henrique estava emprestado ao Racing Santander e ainda não sabe se será incorporado ao time de Pep Guardiola.
Caso não tenha espaço na Catalunha, o Barça tentará re-emprestá-lo a algum clube europeu. Em seguida, o Palmeiras.
Como convencer os espanhois?
Com dinheiro.
Muito mais do que seria gasto em agosto. Nada impediria o Palmeiras de fixar uma proposta e esperar o fracasso de outros negócios, podendo subir a oferta eventualmente. Hoje, o Palmeiras não tem o benefício da espera e precisa subir a pedida. O caso de Keirrison é idêntico.
Fora isto, em agosto abre-se também a janela na Europa. Um jogador que for contratado na Itália, Inglaterra ou Alemanha, tira espaço de outro e cria a oportunidade de um negócio de ocasião. Se o Shakhtar Donetsky contrata um centroavante em 20 de julho, encosta Luiz Adriano ou Marcelo Moreno, por exemplo. Os brasileiros que precisarem de um jogador para a posição, terão de chupar dedo e esperar até janeiro.
Se a prematura abertura da janela vai de fato ser ruim para os clubes no Brasil, será impossível cravar. Certo é que se perderá o poder de barganhar bons negócios.

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