TV Record abre fogo contra Ricardo Teixeira, CBF e Corinthians.
RICARDO FELTRIN
A TV Record declarou guerra aberta ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Depois de exibir ontem uma reportagem de nove minutos na qual acusava o "chefão do futebol brasileiro" de ter sido subornado com US$ 9,5 milhões (R$ 16 milhões), a emissora volta a atacar o cartola esta noite, na estreia a série "Cartolas: Jogo Sujo", no "Jornal da Record". Amanhã, a "vítima" da reportagem será o Corinthians, time parceiro da Globo e arquidesafeto da Record.
A TV Record declarou guerra aberta ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Depois de exibir ontem uma reportagem de nove minutos na qual acusava o "chefão do futebol brasileiro" de ter sido subornado com US$ 9,5 milhões (R$ 16 milhões), a emissora volta a atacar o cartola esta noite, na estreia a série "Cartolas: Jogo Sujo", no "Jornal da Record". Amanhã, a "vítima" da reportagem será o Corinthians, time parceiro da Globo e arquidesafeto da Record.
Segundo a Record, Teixeira fez um acordo para devolver a propina. A emissora diz que teve acesso a jornalistas que manusearam documentos secretos que incriminam o presidente da CBF. Procurado, Teixeira não quis se pronunciar.
Na noite de hoje, os repórteres do "Jornal da Record" vão apresentar novas supostas provas de corrupção contra Teixeira, inclusive detalhes sobre investigações que vêm sendo feitas na Suíça.
Amanhã o alvo será o Corinthians e sua ex-parceira MSI. A empresa de investimento e o time paulista trabalharam juntos entre 2004 e 2007.
Steffen Schmidt/Efe | ||
Record exibe nesta segunda-feira matéria sobre Ricardo Teixeira |
Guerra de times começou na TV.
O bombardeio da Record à CBF vem sendo preparado pelo menos há dois meses, desde que a Globo, com apoio de CBF e Corinthians, conseguiu minar a licitação promovida pelo Clube dos 13 para escolher a emissora que teria exclusividade do Campeonato Brasileiro até 2014. O C13 foi obrigado a fazer a licitação por ordem do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que, no ano passado, considerou que o modelo vigente até então beneficiava única e exclusivamente a Globo, eternizando-a no monopólio da transmissão do futebol brasileiro.
Ciente de que a única concorrente que tinha dinheiro suficiente para derrotá-la nesse leilão, a Globo passou a minar --sub-repticiamente-- a licitação do C13. Para isso, contou quase que imediatamente com apoio do Corinthians, que rejeitou a tutela do C13 e negociou os direitos de seus jogos diretamente com a Globo.
A atitude corintiana surpreendeu o C13 e a Record, que já se aproximara de times como o São Paulo e o Atlético-MG, e serviu de efeito dominó: um time após o outro passou a fechar acordo diretamente com a Globo. No dia da entrega dos envelopes ao C13, surgiu ainda uma outra "novidade": a jovem RedeTV! surgiria com uma proposta considerada "surreal", de mais de R$ 1,5 bilhão pelos direitos, o que fez com que a Record pulasse fora da licitação também.
Assustados com a possibilidade de terem suas transmissões confinadas à emissora quarta colocada em audiência, e temendo perder boa parte de suas receitas, times como Palmeiras, São Paulo e Flamengo, entre outros, correram assinar com a Globo, o que ampliou a ira da Record.
Procurada, a Record nega que a série que vai estrear hoje tenha sido motivada pela disputa pelos direitos de transmissão, e diz que se trata apenas de "puro jornalismo", dado o envolvimento de Ricardo Teixeira e outros cartolas em um escândalo internacional
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