Pra frente, Brasil!
Foto: AGÊNCIA BRASIL
Evento de R$ 15 milhões, pagos à Globo pela prefeitura do Rio, é marcado pelo ufanismo e por todos os estereótipos da brasilidade; do lado de fora, polícia reprime manifestantes contrários à gestão de Ricardo Teixeira na CBF.
O evento, realizado pela Globo, conta com um patrocínio de R$ 15 milhões da prefeitura do Rio de Janeiro. Cabral, citando o ex-presidente Lula, falou que a Copa fará um bem tremendo à autoestima do povo brasileiro. E Paes, como bom carioca, exaltou as belezas do Rio de Janeiro. Para compor as aparências, Pelé, que não havia sido convidado por Ricardo Teixeira, compareceu ao evento e se sentou ao lado do presidente da CBF. Paes justificou o patrocínio de R$ 15 milhões à Globo alegando que a transmissão do evento para o mundo trará grandes benefícios econômicos para o Rio.
Depois da fala de Joseph Blatter, presidente da Fifa, a presidente Dilma Rousseff foi chamada para falar do "novo Brasil", que investe em infraestrutura e se preocupa com o futuro, nas palavras do jornalista da Globo. Dilma exaltou "meu querido Pelé", mas foi protocolar ao se referir ao "senhor Ricardo Teixeira". Dilma puxou uma salva de palmas para Pelé, que foi ovacionado pelo público e, em seguida, desandou a falar sobre a economia estável e a nova classe média brasileira. Entre um sorteio e outro, apresentações musicais, com os estereótipos da brasilidade, como Ivete Sangalo cantando País Tropical e Daniel Jobim executando Ela é Carioca.
Repressão do lado de fora
A Polícia Militar do Rio reforçou o policiamento nos acessos da Marina da Glória, na zona sul na capital carioca, onde foi realizada nesta tarde de sábado a cerimônia da Fifa de sorteio das Eliminatórias da Copa de 2014. A medida foi tomada por causa de um protesto contra dirigentes e a falta de transparência nos gastos para o Mundial. Menos de 500 pessoas que se reuniram pela manhã no Largo do Machado caminharam em passeata até as proximidades da Marina, no Aterro do Flamengo, acompanhados pela Polícia Militar. Os manifestantes do movimento intitulado “Marcha por uma Copa do Povo: Fora Ricardo Teixeira”, convocado pela Frente Nacional dos Torcedores com a adesão de partidos de esquerda e movimentos sociais, pretendiam se aproximar da Marina para protestar entregando à presidente Dilma Rousseff uma bola com documentos relatando denúncias contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a má alocação de recursos públicos na construção de arenas e outros projetos para a Copa em detrimento de outras prioridades. Foram reprimidos com cassetetes pela polícia do Rio.
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