Da Folhapress.
Em março de 2001, a poucos dias de uma visita do presidente Fernando Henrique Cardoso ao colega recém-eleito George Bush, os telefones da Embaixada do Brasil em Washington (EUA) começaram a ter uma “sensível perda de qualidade” e ficaram “praticamente” mudos.
O embaixador brasileiro à época, Rubens Antonio Barbosa, encomendou uma varredura nos telefones.
Técnicos lhe disseram que problemas semelhantes vinham ocorrendo em outras embaixadas, sempre às vésperas de visitas de presidentes e autoridades dos países.
A primeira checagem nos aparelhos não encontrou sinais de grampo. Mas, dois meses depois, uma nova inspeção confirmou as suspeitas do embaixador.
Em um telegrama confidencial enviado a Brasília em 24 de maio de 2001, Barbosa diz ter “certeza de grampo nas linhas telefônicas”.
O embaixador contou, em recado para o então ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, que “descobriu-se o que pareceria ser uma ligação telefônica direta entre o prédio da Chancelaria [brasileira] e o Departamento de Defesa norte-americano”.
“A ligação opera à semelhança de um ramal interno, isto é, ao se discar o dígito “0″ atende uma telefonista daquele órgão do governo dos EUA”, relata Barbosa.
Dez anos depois da interceptação, Barbosa revelou à Folha ter levado o assunto ao Departamento de Estado norte-americano. A reação, segundo ele, foi de silêncio absoluto. “Nunca ninguém passou recibo de quem era o autor, do que queriam ou o que estavam querendo de nós.”
O ex-chanceler Lafer disse não se recordar dos avisos sobre a suspeita de grampos, mas lembrou que a “a recomendação era não falar ao telefone o que não se queria que fosse sabido”.
Em setembro de 1994, por meio de telegrama enviado do Brasil, o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima foi informado que dois funcionários do Itamaraty iriam instalar “telefone cripto e rever o sistema de comunicações”.
Dias antes da criptografia, o Brasil havia reagido negativamente à possibilidade de o governo dos EUA ter acesso ao conteúdo de informações por meio de um programa de computador. O parecer foi feito pela Secretaria de Assuntos Estratégicos, ligada à Presidência.
No mesmo documento, é discutida a “inevitabilidade” da internet. Ao falar que os EUA buscam tomar a iniciativa sobre o assunto, o telegrama diz que o “acesso a informações comerciais, militares, diplomáticas, industriais e de pesquisa traria ao seu detentor uma vantagem econômica e estratégica”.
O embaixador brasileiro à época, Rubens Antonio Barbosa, encomendou uma varredura nos telefones.
Técnicos lhe disseram que problemas semelhantes vinham ocorrendo em outras embaixadas, sempre às vésperas de visitas de presidentes e autoridades dos países.
A primeira checagem nos aparelhos não encontrou sinais de grampo. Mas, dois meses depois, uma nova inspeção confirmou as suspeitas do embaixador.
Em um telegrama confidencial enviado a Brasília em 24 de maio de 2001, Barbosa diz ter “certeza de grampo nas linhas telefônicas”.
O embaixador contou, em recado para o então ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, que “descobriu-se o que pareceria ser uma ligação telefônica direta entre o prédio da Chancelaria [brasileira] e o Departamento de Defesa norte-americano”.
“A ligação opera à semelhança de um ramal interno, isto é, ao se discar o dígito “0″ atende uma telefonista daquele órgão do governo dos EUA”, relata Barbosa.
Dez anos depois da interceptação, Barbosa revelou à Folha ter levado o assunto ao Departamento de Estado norte-americano. A reação, segundo ele, foi de silêncio absoluto. “Nunca ninguém passou recibo de quem era o autor, do que queriam ou o que estavam querendo de nós.”
O ex-chanceler Lafer disse não se recordar dos avisos sobre a suspeita de grampos, mas lembrou que a “a recomendação era não falar ao telefone o que não se queria que fosse sabido”.
Em setembro de 1994, por meio de telegrama enviado do Brasil, o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima foi informado que dois funcionários do Itamaraty iriam instalar “telefone cripto e rever o sistema de comunicações”.
Dias antes da criptografia, o Brasil havia reagido negativamente à possibilidade de o governo dos EUA ter acesso ao conteúdo de informações por meio de um programa de computador. O parecer foi feito pela Secretaria de Assuntos Estratégicos, ligada à Presidência.
No mesmo documento, é discutida a “inevitabilidade” da internet. Ao falar que os EUA buscam tomar a iniciativa sobre o assunto, o telegrama diz que o “acesso a informações comerciais, militares, diplomáticas, industriais e de pesquisa traria ao seu detentor uma vantagem econômica e estratégica”.
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