De quatro em quatro anos, tem Copa do Mundo e eleições presidenciais, embolando técnicos, craques e presidentes no meio de campo, em fotos que entram para a história. Uns jogam para o eleitorado, os outros tiram uma casquinha do poder. Nada mais natural no país do futebol.
Em 1958, Juscelino Kubitschek comemorou o primeiro título mundial com Pelé no Palácio do Catete, no Rio. Em 1962, João Goulart repetiu a cena na conquista do bi, mas já em Brasília. Virou praxe.
Em 1970, o general Emílio Médici transformou o tri em hino de campanha para a sua Arena - "Pra Frente Brasil", e o então prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, teve seus 15 minutos de glória e muitos anos de processo na Justiça ao doar 25 fusquinhas para a seleção.
Em 1990, o azarado Fernando Collor "perdeu" a Copa da Itália. Em 1994, seu vice, Itamar Franco, confirmou que é um típico pé quente: além de chegar à Presidência, ainda comemorou o tetra.
E, em 2002, Fernando Henrique não fez o sucessor, mas abriu o Planalto para a festa do penta, com Vampeta fazendo cambalhota para os fotógrafos.
O encontro de ontem de Lula e Marisa (num modelito Copa, calça jeans e camiseta verde e amarela) com Dunga e seus craques (quem discordar que reclame com ele) foi a fome com a vontade de comer.
Corintiano roxo, Lula é chegado numa "pelada" aos domingos, introduziu uma coleção de metáforas futebolísticas no dicionário do poder e é craque em capitalizar vitórias assim em forma de propaganda e marketing. E, para Dunga e a seleção, tirar foto ao lado de um presidente com 76% de popularidade e se gabando da Copa no Brasil em 2014 não é nada mal.
Lula não levou a taça em 2006, mas deve estar rezando a todos os santos para dar o hexa de bandeja para Dilma Rousseff em 2010. Se a seleção perder, não é com ele. Mas, se ganhar, sai de baixo!
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