quarta-feira, 23 de junho de 2010

RIVAL BEM-VINDO

PAULO VINICIUS COELHO - Prancheta do PVC
A ARGENTINA tem agradecido aos céus e interpretado uma série de coincidências como um sinal de que agora será campeã mundial.
A delegação tem Maradona, seu auxiliar Hector Enrique e o coordenador Carlos Bilardo, os três de 1986. Pegou a Coreia do Sul na primeira fase, como em 1986. O Argentinos Juniors foi campeão, e o Rosário Central, rebaixado, como em 1986. O Peru quase a tira da Copa, como daquela vez. Messi é tão brilhante como Maradona na época e ontem recebeu a braçadeira de capitão, como carregava Diego na Copa do México.
Uma coincidência não vai acontecer, e isso também pode provocar nos argentinos a ideia de que o título está próximo: o Uruguai não será o adversário nas oitavas de final.
O clássico sul-americano ocorreu no primeiro mata-mata de 1986 e foi vencido a fórceps, com gol de Pasculli, aos 41min do primeiro tempo. Desta vez, o rival é o México, como em 2006.
Os motivos para os argentinos festejarem uma coincidência a menos passam pelo modo de jogar do México e do Uruguai. Os mexicanos julgam ter seu melhor time da história. Têm mesmo.
Com Giovani dos Santos e Carlos Vela, campeões mundiais sub-17 em 2005, nunca houve tanto talento. O México hoje tem até isso, atletas que sabem ganhar títulos. Ataca sem parar.
Para quem julga que a Argentina tem como maior defeito a defesa, pode ser um risco. Mas as experiências desta Copa contra defesas fechadas dão a ideia de que seria pior enfrentar o Uruguai, que se fecha bem, tem bons zagueiros, contra- -ataca com velocidade. Pegar o México é bom sinal.
Mas... Há quatro anos, a Argentina enfrentou o México nas oitavas e só ganhou na prorrogação. Desde o gol de Caniggia, contra o Brasil, em 1990, eles não vencem um mata-mata de Copa do Mundo em 90 minutos.
INÉDITO
Em grupos de quatro times, é a primeira vez que o Uruguai fecha a primeira fase sem sofrer gols. A sacada foi recuar Forlán para a armação. Ele dá velocidade aos contra-ataques de Suárez.
INCRÍVEL
O último vexame francês foi Raymond Domenech não cumprimentar Parreira. Casado com o 4-2-3-1, o francês provou que o apego ao esquema tático pode ser burrice.

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