Cleo Pires, 27, filha da atriz Gloria Pires e do cantor Fábio Jr., chega às bancas em 9 de agosto, num ensaio nu para a edição de 35 anos da revista PLAYBOY. "Fiz porque tive vontade", diz. Em Goiás, onde grava cenas de "Araguaia", próxima novela das seis da Globo, ela conversou com a repórter Lígia Mesquita, da Folha.
Folha - Sua "Playboy" vai chegar às bancas em breve...
Cleo Pires - (Interrompe) Vai! Tô amando, tô tão ansiosa... As fotos ficaram lindas e quero que as pessoas vejam.
Você tinha recusado convites anteriores da revista, não é?
Três. Ouvia e falava "não". Não tinha vontade.
E o que te levou a aceitar?
Ué, eu fiquei com vontade! Foto é uma das coisas que gosto de fazer. E descobri que sou um pouco exibicionista (risos)!
Você consultou sua mãe?
Eu decidi sozinha.
A Gloria também já foi convidada pela "Playboy" e disse que até teve vontade, mas não aceitou porque não teve audácia.
Pelas coisas que vocês (imprensa) conhecem da minha família, sabem que não tem esse tom de "ah, eu não fiz, então não faça". É um trabalho e foi comunicado assim.
E o seu pai?
Eu não fiquei avisando. Falei com o João, meu namorado, que tá sempre comigo. E falei com meu pai Orlando (Morais, marido de Gloria Pires e padrasto da atriz). Nós dois saímos pra jantar e contei: "Fechei "Playboy'". E conversamos. Mas não foi nada do tipo: "Ai, meu Deus". Foi: "Tá feliz? Quem vai fotografar?". Depois ele disse: "Você tem que falar pra sua mãe".
Ele soube antes do que ela?
Soube. Eu não saí falando. As pessoas é que começaram a me ligar.
E o que o Fábio Jr. achou?
Não falei com ele. A gente não tem o costume de ficar se ligando, nunca teve.
Você ficou tímida no ensaio?
Não teve nada disso. Fico tranquila nua, não acho que tenha nada de mais nisso.
E você palpitou em tudo?
Eu escolhi os fotógrafos, falei o que queria e todo mundo amou. Fizemos o ensaio no Rio, numa cobertura no Arpoador e numa casa em Santa Tereza.
Você pôde escolher as fotos? Quem te ajudou?
Sim. O meu empresário. As fotos ficaram muito lindas, foi f... Se eu pudesse escolher todas, teriam que publicar dez revistas (risos).
E quando a revista chegar às bancas, você não vai ficar tímida quando as pessoas começarem a comentar?
Eu sei o que vai acontecer e não ligo. Queria fazer um bom trabalho e acho que fiz.
É verdade que você recebeu cachê de R$ 1 milhão?
Ah, gata, valores eu não vou falar, princesa. Desculpa. Mas eu fechei o que eu queria. Por menos, eu não faria. Dinheiro é bom e eu gosto, né, gata?
Teve retoque nas fotos?
Não. A única coisa que falei era que eu não queria que meu corpo parecesse um corpo que não é meu. Não queria, por exemplo, que tirassem minhas celulites.
Você pediu isso?
(Risos) Pedi. Não quero parecer uma boneca. Falei: "Sei que vocês usam (o Photoshop) pra estética, pra dar brilho em pele, acho válido. Mas não quero que me mudem".
Mas você tem celulite?
Claro! Você não tem, não? Todo mundo tem. E tô há um tempo sem malhar. A bunda não tá lá no pescoço, tem uma "celulitinha" aqui e ali. Mas não precisa de retoque.
Você vetou alguma foto?
Várias.
Você se acha bonita?
Acho.
Do que gosta no seu corpo?
Da boca, do olho. Do peito. Gosto da bunda, que tá até sem malhar, mas tá boa.
Faria plástica?
Sou a favor das intervenções, mas naturais, sem mudar as feições. Quando envelhecer, se cair alguma coisa, vou dar uma levantadinha.
Como está sendo a preparação para a novela?
Entrei nessa profissão meio do nada. Eu fui fazendo, me divertia e era legal. Mas não tinha paixão. Com o tempo, descobri como isso se encaixa na minha vida e como é importante pra mim. De uns três anos pra cá, passei a estudar mais, a me preparar. E agora tendo um papelzão na mão (ela será a protagonista da trama)...
Seu papel foi pensado para Juliana Paes, que engravidou. Isso te incomoda?
Claro que não! Acho irrelevante. Gosto de trabalhar e as oportunidades que vêm pra mim são ricas e sou muito grata. Fiquei tão feliz pela Juliana, sabia que ela estava louca para ser mãe. Isso não diminui, só acrescenta.
Sua mãe relata, em biografia recém-lançada, dificuldades financeiras que teve quando jovem. Ela te ensinou a dar valor ao dinheiro?
Minha mãe é muito situada, ela não é deslumbrada. Não tem muita tietagem com coisas, ornamentos. Eu também não tive essas loucuras. Gosto de dinheiro, mas a gente usa para fins que tenham a ver com a gente, não é para sair gastando.
E o seu começo na carreira, foi mais fácil do que o dela?
Não sei, é muito relativo. É difícil julgar o que é mais fácil ou não. Financeiramente, eu sei, pelo que minha mãe me falou, que eu nasci tendo mais dinheiro do que ela. Mas se foi mais fácil, não sei.
A popularidade dela atrapalhou? Fazem comparações?
Eu não sei nem te dizer o que é ser comparada com minha mãe, porque eu nunca me senti assim, nunca me falaram isso. Só sei que tenho muito orgulho dela. A gente é tão mãe e filha! Acho horrível ficar se comparando às pessoas, não é construtivo.
E a relação com seu pai?
Qual deles? (risos)
O Fábio Jr.
A gente se ama loucamente. Mas as pessoas não entendem que eu tenho dois pais. Na infância, eu ia mais pra casa do Fábio. Mas fui ficando independente. Não nos falamos o tempo todo, mas não tem rusgas. Agora, não vou deixar de colocar como pai um cara (Orlando, marido de Gloria) que sempre comprou minha onda, que foi nas reuniões (de escola), que me ensinou um monte de coisas, que virou noite preocupado comigo. Não é certo isso.
Tem sonhos de consumo?
O dinheiro vai entrando e vou vendo no que vou botar. Eu gosto de ter uma boa casa, um bom carro. Adoro dirigir, pilotar jet ski. Quero aprender a pilotar avião.
Você foi uma das atrizes principais do filme "Meu Nome Não É Johnny", que aborda a questão das drogas. Qual é a sua opinião sobre elas?
É um assunto complexo, para um debate. Mas acho que as pessoas têm que fazer o que elas sentem que têm que fazer. Eu vivi tudo que eu quis, quebrei a cara, mas aprendi. Não dá é pra ficar "adolescendo" a vida toda.
Em que sentido você acha que quebrou a cara?
De irresponsabilidade, de ficar por aí "bundando", de ser curiosa e de querer fazer tudo achando que o mundo vai acabar amanhã. Eu me coloquei à prova. Eu vi e vivi
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