quinta-feira, 30 de setembro de 2010

SÓ COM MUITA MARACUJINA

No último minuto do primeiro jogo contra o Corinthians, no Engenhão, tomamos um gol de escanteio e perdemos dois pontos.
No último minuto do segundo jogo contra o Corinthians, no Pacaembu, desperdiçamos um gol feito e perdemos dois pontos.
Como o cronômetro, para o Botafogo, funciona em ritmo de basquete (tudo pode acontecer – e realmente acontece!- nos últimos 60 segundos da partida), sugiro a imediata mudança da regra e que todas as partidas sejam encerradas, impreterivelmente, aos 45 minutos.
Antes de voltar a falar do lance mais comentado do jogo, porém, algumas considerações sobre a peleja:
* Loco Abreu e Herrera tiveram uma das melhores atuações como dupla de ataque. O argentino, enfim, acertou o posicionamento e caía pelos lados para servir o uruguaio – como no gol do Abreu, um belíssimo cabeceio. Como nem tudo é perfeito, Joel cometeu a sandice de tirá-lo para colocar o Cajá – tudo bem que o ex-corintiano já estava amarelado (novamente de forma boba), mas estava sendo muito mais útil do que foi o Renato, que entrou muito mal.
* O primeiro impedimento, vá lá, até foi realmente duvidoso. Mas o segundo, que seria o gol do Herrera, foi um roubo ESCANDALOSO porque já durante o lance, na primeira impressão, percebe-se que o argentino vem de trás. O bandeirinha não deu porque não quis (ou porque alguém mais poderoso não quis e iria tirar satisfações depois). E depois a gente é que leva a fama de ser beneficiado no Pacaembu…
* Não vi nenhuma diferença entre Marcelo Cordeiro e o Roberto Carlos (mais curioso a entrevista dele no fim do jogo rindo)
* Alessandro tentou muito, e quase conseguiu, ter uma noite de Elizeu.
* Somália ainda não voltou a fazer uma grande partida depois da contusão.
* Lucio Flavio trotou, Lucio Flavio correu um pouco, Lucio Flavio enxergou o jogo, Lucio Flavio deu entrevista serena e ponderada depois do jogo. Lucio Flávio será um ótimo comentarista; por enquanto, é um jogador a menos no time do Botafogo.
* Por falar nisso: o camisa 10 corintiano Bruno Cezar, em 5 minutos de jogo, fez o gol que o camisa 10 alvinegro não fez em 3 anos de Botafogo.
* A rigor, foi um resultado justo pois o Corinthians dominou o início da partida e os 30 minutos finais. Mas eu gostei de ver o Botafogo jogando, em boa parte do primeiro tempo e no início da segunda, com autoridade, sem se intimidar. Inexplicavelmente, talvez por orientação errada do Joel ou talvez por cansaço mesmo, depois da entrada do Cajá o time recuou demais e o adversário foi criando ene chances de marcar. Em uma delas, Jefferson fez uma defesaça e nos salvou – mas tenho certeza que todos pensávamos a mesma coisa: vamos tomar um gol no final porque o time, covardemente, recuou demais. Só que…
* Em duas falhas individuais da zaga corintiana (que não é lá essas coisas, uma babinha), tivemos duas chances de ouro nos últimos finais. A primeira foi desperdiçada pelo Somália; a segunda, e mais clara, pelo Caio que teve toda a condição de rolar para o Abreu ou para o Cajá e preferiu tentar um gol de placa. E isso exatamente no último minuto, o que sacramentaria a vitória, como tinha feito o próprio Loco contra o Santos no mesmo Pacaembu. Mas, provavelmente por macumba das brabas de nossos adversários no Carioca (quando o Caio jogou muito e foi essencial na conquista do título, vale lembrar), tudo o que ele tem tentado surte efeito ao contrário. E, com isso, a irritação só aumenta a cada jogo. Muita ansiedade, muito preciosismo, muita egolatria; ainda assim, não esqueçamos, ele fez mais pelo Botafogo em 3 meses do que o Lucio Flavio em 3 anos.
* Melhor em campo: Loco Abreu. Além do cabeceio e da bola na trave, estava ligado na partida o tempo inteiro. E a cobrança de falta rápida no último minuto, deixando o Caio na cara do gol, enganou todo mundo: pegou de surpresa até o câmera, só deu pra entender o lance direito no replay. Sua visão de jogo e astúcia me impressionam a cada partida.
No mais, mesmo de cabeça quente após o empate, Loco Abreu fez questão de acalmar os ânimos e mostrou novamente o porquê de ser um jogador diferenciado também fora de campo, ao comentar o gol perdido pelo Caio:
- É muito fácil falar de fora. Ele acreditou muito que iria fazer o gol e tem que dar tranquilidade a ele. Ele achou que era melhor. Tem de estar no campo para saber, ele achou que iria dar certo. Seguramente ele vai aprender muito na próxima vez. Ninguém tem de cobrar, tem é de dar apoio. Se cada um que errar o gol for cobrado, não é um grupo. Essas coisas podem acontecer, o grupo tem de estar forte. Na próxima vez podemos comemorar o gol dele.

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