sexta-feira, 1 de outubro de 2010

UMA SURRA AMAZÔNIDA

Por Luiz Carlos Azenha
Estou em Manaus há três dias, gravando para uma série de reportagens.
Aqui José Serra tomará uma surra amazônida, que só não será maior porque alguns amazonenses acreditam que o governador paulista é um exemplo de competência administrativa. Nem desconfiam que Serra deverá ser derrotado… em São Paulo.
Marina Silva e Plinio de Arruda Sampaio só não serão mais bem votados aqui por terem desperdiçado as oportunidades de dizer que os trens metropolitanos paulistas são superlotados, que o metrô é superlotado, que o rio Tietê é um esgoto só, etc. etc.
Alguns eleitores daqui não entenderam que a promessa de Serra de fazer no Brasil o que fez em São Paulo deve ser entendida como uma ameaça…
Este é um dos efeitos nacionais da blindagem que a grande mídia proporcionou ao ex-governador.
Blindagem que poderia ter sido desfeita se o próprio PT não precisasse, em São Paulo, do voto da classe média, o que levou o partido a adotar a estratégia de dizer que as coisas vão bem em São Paulo, mas para alguns.
Os manauaras vibram com as obras que o governo federal fez e continua fazendo aqui e com o fato de que a cidade será uma das sedes da Copa do Mundo.
Mas o mito de Serra, o “administrador competente”, continua intacto, assim como o “paulistismo” que envenena qualquer candidato fora de São Paulo.
Ah, sim, o ex-governador é visto como inimigo da Zona Franca de Manaus. E um dos pilares tucanos, Arthur Virgílio, reencarnado como Artur Neto, tenta se reiventar desesperadamente para salvar a cadeira no Senado.

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