domingo, 10 de julho de 2011

Por Ricardo Kotscho, do Balaio do Kotscho
Muricy estava certo; Mano é o novo Dunga?
Certo estava o Muricy Ramalho, que recusou o convite da CBF para dirigir a seleção brasileira após o fracasso na África do Sul. Com esta cartolagem, não teria nenhuma garantia de ficar até a Copa do Brasil.
Afinal, ele não só é um técnico vencedor como tem caráter e um nome a zelar. Vai querer se sujar, arriscar sua biografia juntando-se a Ricardo Teixeira? Para quê, para servir de boi de piranha?
Para a vaga de Dunga, atendendo a pedidos da grande imprensa, Teixeira acabou levando Mano Menezes, então técnico do Corinthians, time pelo qual foi campeão da segunda divisão.
Um gaúcho lembra muito o outro, embora os estilos sejam um pouco diferentes. Técnicos da escola Felipão, os times comandados por ambos gostam de chegar junto e bater pesado.
Dunga tinha Felipe Melo; Mano tem Lucas Leiva. Dunga era meio tosco, mostrava uma franqueza rude; Mano é mais jeitoso com a imprensa, dá longas entrevistas coletivas sem falar nada e desfila um agasalho chique com mais patrocínios do que o macacão do Ayrton Senna.
Dentro de campo, porém, pouco mudou. Nos dois primeiros jogos da Copa América, na Argentina, vimos a seleção mostrar o mesmo futebol desarranjado e burocrático da Copa de 2010, embora tenha agora os craques Neymar e Ganso.
Depois do vexame sem gols na estreia contra a Venezuela, o Brasil de Mano Menezes voltou a decepcionar no sábado, ao arrancar, no finalzinho do jogo, um heróico empate por 2 a 2 contra o Paraguai.
Deste jeito, ainda vamos sentir saudades do Dunga... Enquanto Ricardo Teixeira não desocupar a moita, Muricy não vai por a mão nesta cumbuca, para azar da seleção brasileira, e de todos nós.
Mano, claro, não tinha nenhuma obrigação de ganhar a Copa América. Tudo bem, mas se a seleção não ganhar do Equador e for eliminada logo na primeira fase, vai ser um vexame sem precedentes. A batata do técnico pós-Dunga já começou a assar. Muricy deve estar rindo à toa.

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