Píquezeiro do cerrado goiôno.
Às vésperas de mais uma campanha presidencial entra em cena novamente uma das estrelas das eleições: a exótica iguaria nordestina buchada de bode, servida a todos os candidatos e símbolo da identidade deles com a região. Desde a época de Fernando Henrique Cardoso e até os dias de hoje, o prato vem merecendo destaque na mesa daqueles que têm fome de voto. Apesar de a buchada ser a campeã absoluta, outros pratos regionais também são incluídos nos cardápios dos presidenciáveis, mesmo que eles mantenham dietas espartanas, a exemplo dos acarajés da Bahia, o feijão tropeiro de Minas, o pequi do Cerrado e o tradicional churrasco do Sul. Ou seja, na conquista do eleitorado, o candidato, além de um bom programa de governo, “precisa ter estômago forte e boca aberta”, como define bem o especialista em marketing político Gaudêncio Torquato. Arroz com piqui e costelhinha de porco.
Ainda esquentando os tambores para a corrida eleitoral, o candidato tucano José Serra, que mantém uma dieta longe de gorduras e condimentos, teve que enfrentar uma verdadeira maratona de comida nordestina e, claro, encarou a buchada de bode, durante o Carnaval. Amigos e assessores de Serra garantem que é difícil ver o presidenciável se deliciando com qualquer tipo de comida, mas na sua mesa os preferidos são mesmo as frutas, o queijo branco e acreditem, a pipoca. Considerado elitista por parte do eleitorado, foi demais para o estômago de Serra, entretanto, adicionar à buchada, um acarajé que lhe foi oferecido em Salvador (BA), no mesmo período. Ele abriu mão do bolinho no prato, optando por algo mais light, como risoto com carne. Em sua segunda campanha à Presidência, Serra demonstrou que aprendeu a rezar na cartilha do candidato faminto de voto e ainda em agosto do 2009, durante uma homenagem a Luiz Gonzaga em Exu (PE), não recusou o bode assado e o guisado, a paçoca de charque, o baião de dois e a farofa de cuscuz. Ou seja, prevaleceu a máxima do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB): “Comer buchada de bode é patriotismo”.
Buchada de bode, sovado de cobra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário