segunda-feira, 21 de junho de 2010

PROSPECTANDO O FUTURO

Editorial - Jornal do Brasil.
O petróleo é nosso. Este histórico slogan nunca pareceu tão verdadeiro e original como agora. Na semana passada, a maior empresa de capital aberto da América Latina, em termos de faturamento, renovou suas perspectivas de desenvolvimento e liderança: o plenário do Senado aprovou a capitalização da Petrobras, por 44 votos a favor, seis contra e cinco abstenções. Trata-se do PLC nº 8 de 2010, uma injeção de capital para a exploração de petróleo e gás natural na camada do pré-sal, situada numa faixa que vai de Santa Catarina até o Espírito Santo. O texto, que segue para sanção, permite que a União participe do aumento de capital da empresa e autoriza o governo a vender à Petrobras, sem licitação, a permissão de explorar a pesquisa e a lavra de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos em áreas do pré-sal.
Como tudo relacionado à petrolífera brasileira é de grandes proporções, não poderia ser diferente desta vez. A capitalização da Petrobras é a maior já anunciada no Brasil e em curso no mundo. O negócio representa volume de até 5 bilhões de barris de petróleo a serem cedidos onerosamente pela União à Petrobras, algo em torno de US$ 50 bilhões.
A iniciativa do Executivo não é só legítima e constitucional, mas uma acertada estratégia de tornar a Petrobras ainda mais competitiva no mundo globalizado. A robustez financeira da petrolífera sai fortalecida, garantindo o colchão de recursos e liquidez necessários para o melhor aproveitamento das oportunidades do pré-sal e novos investimentos. Num segundo plano, milhares de novos postos de trabalhos serão somados aos mais de 75 mil trabalhadores da empresa. Os efeitos serão igualmente sentidos nas transformações do desenho espacial brasileiro, dada sua importância em projetos econômicos e sociais nos lugares mais
remotos do território nacional. Finalmente, a estratégia recém-divulgada de subir o conteúdo nacional, por meio de encomendas e contratação de equipamentos, para 75%, demonstra a maturidade do setor instalado e o compromisso da empresa, antes de tudo, com o Brasil.
É com o mesmo espírito renovador que o projeto de lei que cria a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural, mais conhecida como Petro-Sal, será votado esta semana, possivelmente quarta-feira, no Senado Federal. A criação da Petro-Sal se insere no plano do governo de negociar seus interesses com empresas participantes do bloco pré-sal. Será uma importante correia de transmissão entre o governo e empresas privadas.
O Brasil, pelas mãos da Petrobras, avança no sentido de se tornar uma potência energética. Há quem diga que o Brasil será – no médio prazo – um novo “Oriente Médio” da energia. Há alguns anos, a Economist considerou “impressionante” a expansão da estatal brasileira. No ano passado, tratou como “revolução” o que se passa no setor petrolífero brasileiro. No início do mês, em congresso realizado no Rio, o governador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para a Arábia Saudita, Majid Moneef, deu as boas-vindas para o Brasil fazer parte do “clube”, condicionando seu ingresso apenas à alavancagem das exportações de petróleo.
Todos estes são os sintomas de um projeto que nasceu para dar certo. Desde outubro de 1953, a história da Petrobras se confunde com a própria história do Brasil. O crescimento sustentado da empresa, alicerçado nas descobertas de grandes jazidas de petróleo e na excelência operacional, incrementa a economia do país, gerando divisas sociais e reduzindo assimetrias. O futuro e os resultados deste patrimônio, com valor de mercado aproximado em US$ 200 bilhões, pertencem a todos nós.

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