Por Carlos Chagas.
No passado foi sinal de prestígio para as redes de televisão promover debates entre os candidatos presidenciais. Positivamente, hoje não é mais. Pudessem ser realizadas e divulgadas pesquisas amplas, em todo o território nacional, a respeito dos índices de audiência desses debates, e os partidos se surpreenderiam pelo baixo nível de atenção do cidadão comum diante da repetição das mensagens de cada candidato. Verificariam o esgotamento do formato já ultrapassado de um perguntar para o outro, com tempo restrito para réplicas e tréplicas onde apenas chavões e pegadinhas vão ao ar.
A turma do faturamento das emissoras através da publicidade não anda nada satisfeita. Até os barões-proprietários começam a duvidar da eficácia de sua presença na portaria e nos corredores das emissoras, recebendo os participantes, como forma de mais tarde serem recebidos por um deles, o vencedor, quando chegar ao palácio do Planalto.
É preciso repensar essa monótona tentativa de angariar votos, por parte de uns, e de programar influência, pelos outros. Um único debate realizado em pool ainda passaria, pela curiosidade do eleitor. Cinco, seis e mais encontros dos mesmos, falando as mesmas coisas, só faz despertar sono no telespectador. Mais evidências do desinteresse popular tivemos ontem, no debate da Record, e teremos quinta-feira, na Globo, como aconteceu antes na Bandeirantes, na Rede-TV, na Rede Vida e outras. Bem agiu o SBT em não pleitear o seu debate, limitando-se a abrir espaço para entrevistas isoladas de cada candidato.
Repetir no futuro as mesmas insossas, amorfas e inodoras apresentações equivalerá a desestimular eleitores e candidatos.
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