Por Carlos Chagas.
Ninguém ignora que José Serra mandou Fernando Henrique para escanteio. Rejeitou a presença constante do ex-presidente em sua campanha e até declarou que personalidades antes no exercício do poder ficam acima de participação em futuros governos. Devem ser reverenciadas, jamais integradas.
É claro que o sociólogo não gostou. Remoeu-se a ponto de jogar farpas na campanha do companheiro tucano. Mandou-se para a Alemanha, de onde já voltou, e cuida de suas palestras.
Ressente-se, porém, o seu ego monumental. Até com certa razão, porque derrotou o Lula duas vezes, enquanto Serra perdeu uma e parece em vias de reconhecer a vitória de Dilma Rousseff.
Esta semana, na propaganda gratuita pelo rádio e a televisão, o candidato tucano tem repetido ser um candidato sem padrinho, referência óbvia à adversária. Dificilmente lamentará não ter escolhido Fernando Henrique para batizá-lo. Mas bem que a convocação de Aécio Neves ajudaria, mesmo mais moço.
Outra declaração discutível de José Serra, em seu afã de bater em Lula, tem sido de que “não ameaça a imprensa, não persegue jornalistas e nem quebrou o sigilo de ninguém”. Noves fora a terceira negativa, há controvérsias quanto às duas primeiras.
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