sábado, 23 de outubro de 2010

NADA MUDOU

Por Carlos Chagas
Já se vão 21 anos da pedrada que acertou a testa do jornalista Cláudio Humberto, então assessor de imprensa do candidato Fernando Collor, a quem o arremesso se dirigia. Foi em Niterói, no final de um comício, sendo aquele ato de violência atribuído a um grupo de partidários da candidatura de Leonel Brizola. O ex-governador do Rio reagiu com veemência, denunciando que a pedra partira de adeptos do Lula, disfarçados de brizolistas. Nada foi apurado como devia e o episódio não durou mais do que as 24 horas regulamentares.
O tempo passou e a moda, agora, mantido como palco um subúrbio do Rio, parece de acertar candidatos com rolos de adesivos. O alvo foi a careca de José Serra, mas, desta vez, nem sangue correu. Por via das duvidas o tucano procurou um hospital, constatando-se nenhuma seqüela.
Dada a amplíssima cobertura jornalística que cerca a campanha eleitoral, dúvidas inexistem de ter sido a militância do PT responsável pela agressão, ainda que a sessão fluminense do partido tenha desmentido, em nota oficial. Registraram-se sucessivas imagens do entrevero entre os companheiros e a segurança de José Serra.
Mudou alguma coisa, de 1989 para 2010? Desafortunadamente, não. Porque de hoje até o dia 31 mais se acirrarão as campanhas, seus exageros e suas baixarias. Reflui ao patamar do subdesenvolvimento o Brasil que em matéria de técnica eleitoral dá lições até aos Estados Unidos. Podemos ser os mais rápidos do mundo em termos de apuração de votos, mas na briga pela sua conquista, igualamo-nos a certas repúblicas africanas e asiáticas. A imagem que correu os cinco continentes, ontem, foi a de José Serra cobrindo a careca com as mãos. Há 21 anos, foi do Cláudio Humberto com razoável curativo na testa...

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