A MELHOR e a pior notícia da tarde de ontem foi Kaká.
A melhor, porque ele está na Copa do Mundo. Fez quase tudo o que se espera de um líder da seleção brasileira. Ele cadenciou a partida, deu dois passes para gol. Faltou somente arrancar com mais força na sua jogada característica, do contra-ataque.
Diga-se que o Brasil ainda não fez nenhum gol assim. Na era Dunga, um a cada três gols nasce de contra-ataque. O time, então, prova que não depende das jogadas de velocidade. Abriu espaço com trocas de passes de pé para pé.
Faltou um pouco mais de jogo do lado esquerdo, fruto da atuação apagada de Robinho. Mas sobra força com Maicon, que carregava Kalou até a linha de fundo defensiva, antes de o gol sair.
Ainda pode melhorar a saída de bola, mas não foi Felipe Melo quem errou desta vez. E a equipe teve paciência para rodar a bola na altura do meio de campo sem rifá-la, sem entregá-la de presente ao adversário.
Por momentos, os passes laterais chatos lembraram a partida mais difícil que o Brasil já teve em Copas contra um rival africano. Diante da Argélia, em 1986, o time de Telê usou a mesma estratégia e demorou para encontrar o buraco que resultou no gol do 1 a 0, aos 21min do segundo tempo.
O exemplo serve para mostrar que nem sempre o Brasil foi arte, seja no presente, seja no passado. Há partida em que é mais importante ser valente, ser forte. Durante uma semana, o país repetiu que o jogo mais difícil da primeira fase era o contra os marfinenses. Era mesmo. Quem tornou a vitória mais simples foi a seleção de Dunga.
Sirva de exemplo o primeiro gol, com Kaká, Robinho e Luis Fabiano agrupados. Quando o Brasil aproxima seus jogadores, sai o toque curto, a tabela envolvente. Nessas horas, o time de Dunga prova sua força.
IMATURIDADE
A Costa do Marfim apelou, e cabia ao Brasil não entrar na provocação. Entrou. O pior foi Kaká, expulso. Pode apostar que Júlio Baptista será o substituto contra Portugal.
COINCIDÊNCIA?
A coincidência de poder se classificar com três empates, como em 1982, acaba quando se compara a qualidade da Itália-82 com a de 2010, que levou tantos gols em dois jogos quanto nos sete de 2006.
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