sexta-feira, 16 de julho de 2010

A EXISTÊNCIA ATRAVÉS DOS QUE NÃO EXISTEM

Chagas e a guerra prevista por Einstein.
Religião, seres superiores, países asiáticos, Guerra Mundial, comício, charutos e debates. Esses temas estão entre os assuntos que Carlos Chagas traz em seu artigo desta sexta-feira “Pelo equilíbrio instável entre as nações conclui-se que um dia, cada vez mais próximo, cumprir-se-á o vaticínio de Albert Einstein, que reconheceu não saber precisamente como se daria a Terceira Guerra Mundial, mas podia prever com clareza a Quarta, a ser travada entre paus e pedras”.
 Por Carlos Chagas
Estabeleceu o Alcorão valer uma espada mais do que dez mil palavras, contrariando o Novo Testamento, segundo o qual o amor move montanhas. Tantos séculos depois, nesses tempos bicudos em que em vez de arrefecer, o choque de religiões só faz acirrar os sentimentos, com todo respeito valeria apelar para elas como a derradeira hipótese de preservação da existência através dos que não existem. Que tal, para começar, a co-habitação entre o Padre Eterno, seu Filho e o Espírito Santo, de um lado, Alah do outro, abrindo-se vaga também para Jeová? Sem esquecer os espaços ocupados no passado ou no presente pelos plácidos Buda e Confúcio, os gelados Odim e Thor, mais o ambientalista Tupã, lembrando ainda os irascíveis Júpiter e Zeus, além de Zaratustra, Isis e Osíris, entre tantas outras divindades.
Está na hora desse conjunto de seres superiores que Spinosa reduziu à própria natureza realizarem uma espécie de congresso planetário. Unirem-se, já que sem a força do conjunto para dominar a fraqueza das partes logo sobrevirá o pior. No caso, a supressão das platéias de onde os deuses tiram sua condição de encenar tantas comédias divinas.
Importa menos saber onde se acenderá o estopim da hecatombe universal. Pode ser nas planícies do Armagedon, já que Israel possui a bomba atômica e o Irã, quase. Quem sabe na fronteira da Índia com o Paquistão? Nas geleiras da Sibéria ou no meio-oeste americano, voltadas que estão essas duas regiões, uma contra a outra, apesar da falácia de que a Guerra Fria terminou. Aceitaria a China abandonar a nuclear Coréia do Norte à sanha da suposta super-potência que deixou de ser única?
Pelo equilíbrio instável entre as nações conclui-se que um dia, cada vez mais próximo, cumprir-se-á o vaticínio de Albert Einstein, que reconheceu não saber precisamente como se daria a Terceira Guerra Mundial, mas podia prever com clareza a Quarta, a ser travada entre paus e pedras.
Já que os esforços das Nações Unidas redundam em nada, que os cinco continentes armam-se cada vez mais através da sofisticação, saída mesmo só existe uma: apelar para a união dos deuses de ontem e de hoje. E se Eles não puderem vir, que se organizem seus representantes, mas despojados de qualquer sentimento de superioridade ou de domínio da verdade absoluta. Por mais estranha que possa ser a conclusão, será através daqueles que não existem o caminho para perpetuar a existência...

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