terça-feira, 7 de setembro de 2010

ACREDITAR COM CUIDADO

Por Carlos Chagas
Ninguém pode ser contra as pesquisas, apesar de constituírem, os institutos, mera atividade comercial onde o freguês costuma ter sempre razão. Os números representam tendências e momentos.
Feito o preâmbulo, valem as ressalvas. O Brasil possui 136 milhões de eleitores e 5.587 municípios. Como regra, as pesquisas envolvem perto de 4 mil eleitores e 200 municípios. Dividindo-se uns e outros teremos 20 eleitores consultados em cada município, claro que um número maior nos mais populosos, mas obrigatoriamente menor nos pequenos.
Replicarão os institutos com esotéricos argumentos sobre suas metodologias. Tem razão quando concluem que as pesquisas feitas nas partes conduzem à opinião do todo. Mas não podem garantir, em especial quando a gente lembra de sucessivos descompassos entre consultas eleitorais e o resultado das urnas. Não raro, quando se aproxima o dia da votação, corrigem rapidamente números anteriores. Sem falar nessa ridícula ressalva de dois ou três pontos para mais ou para menos, fator de cautela capaz de assegurar clientes para as próximas eleições.
Por tudo isso, conclui-se que devemos acreditar nas pesquisas, mas nem tanto...

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