Por Carlos Chagas
Temos protestado sempre que o presidente Lula investe sobre a imprensa, por falta de assunto ou de conhecimento, alegando que os meios de comunicação só divulgam coisas ruins, evitando notícias positivas, em especial de seu governo. Jornalismo não é publicidade, tornando-se verdade secular que a mídia existe para divulgar o inusitado. Aquela velha história de que se um cachorro morde um homem, não sai no jornal, mas se um homem morde um cachorro, sai.
Esta semana, em Foz do Iguaçu, porém, o presidente teve razão ao sustentar que conta na sua mão de quatro dedos as vezes em que a televisão transmite programas educativos. Acrescentou ser apenas sexo o que se vê nas telinhas, das sete horas da manhã ao meio-dia e à meia-noite. Noves fora os exageros, o Lula tem razão. Aumenta em progressão geométrica o lixo oferecido à população.
Só que o problema é mais complicado. As emissoras são empresas comerciais, ainda que desempenhando uma função pública. Precisam dar lucro, senão fecham e desempregam. Para isso necessitam publicidade, aferida em função dos índices de audiência. Muitas apelam para o noticiário policial, transformando em verdadeiros espetáculos a desgraça alheia. Outras optam pelo caminho mais simples, do sexo desproporcionado.
Fazer o quê? Os programas educativos geralmente dão traço. Apelar para o poder público será sempre um perigo. Educar os telespectadores levará um tempo enorme. Estrilar, talvez seja a solução, como fez o presidente.
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