Por Carlos Chagas.
Convites formais e por escrito não foram feitos. Apenas sondagens, tendo em vista o constrangimento que significariam as recusas. Mas os três principais candidatos presidenciais, sondados, saltaram de banda diante da possibilidade de um debate entre eles na Ordem dos Advogados do Brasil e numa reunião conjunta dos Clubes Militar, Naval e da Aeronáutica. Isoladamente, já compareceram à CNBB, mas debate, nem pensar.
A gente se pergunta porque essas recusas e a resposta surge clara: os candidatos temem os auditórios e seus questionamentos. Advogados e militares podem pretender respostas claras para temas delicados, como a extensão dos direitos humanos, a soberania nacional e a presença de Deus no Universo.
São eles que deveriam, através de suas assessorias, andar atrás de entidades como as referidas, tradicionalmente pontos de referência na opinião pública. Dão a impressão de preferir o monólogo, quando o diálogo poderia conduzi-los à falta de convicções e a meros chavões decepcionantes.
Responder nas redes de televisão a indagações pontuais sobre as mais recentes notícias de jornal é fácil. Comparecer a reuniões com empresários, melhor ainda, sabendo os três o que a platéia quer ouvir. Vale o mesmo para os palanques, passeatas e carreatas. Até para sindicalistas, não obstante a presença majoritária da CUT. Agora, enfrentar gente que pensa e consegue formular as dúvidas maiores da realidade, para que? O perigo do desgaste é maior do que a possibilidade do sucesso.
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